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Aprosoja pedirá oficialmente ao MAPA que libere o uso emergencial do paraquat

Associação ainda mostra preocupação com o atraso da chegada de insumos para início do plantio da segunda safra de milho

Publicado em 19/01/2022 às 16:24

(Foto: Notícias Agrícolas)

A falta do dessecante Diquat, insumo determinante para a conclusão da safra de soja no Brasil está trazendo muitos transtornos ao produtor brasileiro. Segundo um levantamento da Aprosoja Brasil, a escassez do produto pode causar sérios prejuízos à produção nacional. O cenário se agravou desde que o uso do paraquat foi banido no Brasil e a oferta de seu substituto tem sido insuficiente para atender à demanda maior. 

"Essa grande empresa do mercado garantiu que não faltaria o produto e, infelizmente, no final do ano de 2021 veio uma nota afirmando que a demanda da safra brasileira de soja não seria atendida. Isso vem acarretar um prejuízo muito grande para o produtor que não consegue uniformizar sua colheita, tendo que jogar fora parte do produto que não pôde ser finalizado", explica Antônio Galvan, presidente da Aprosoja Brasil.

O presidente destaca ainda as perdas financeiras que podem ser acarretadas em uma safra que já foi duramente comprometida pelas adversidades climáticas.

Diante deste quadro, a Aprosoja Brasil faz, nesta quarta-feira (19), um pedido oficial ao Ministério da Agricultura para a liberação do uso emergencial do paraquat como forma de mitigar os efeitos do atual momento. Mais do que isso, Galvan lembra ainda que os EUA revisaram sua decisão recente e voltaram a liberar o paraquat pelos próximos 15 anos, além de reforçar o uso do produto em países como Argentina, Paraguai, Austrália e Canadá.

"Temos que nos precaver para as próximas safras, porque a demanda é crescente e não vai ser atendida. Ou temos que liberar mais empresas para produzirem o diquat, além de voltar a avaliar e liberar o paraquat", explica.

A Aprosoja Brasil lembra ainda que, recentemente, a França revisou a proibição dos neonicotinoides e voltou a permitir a utilização, em caráter emergencial, dos produtos diante dos prejuízos agressivos que se desenharam para a cadeia de alimentos - em especial a produção de açúcar a partir da beterraba - a partir do banimento de seu uso.

A decisão foi revisada, inclusive, diante dos estudos que mostraram que os efeitos não são tão nocivos quanto inicialmente se imaginava.

ATRASO DOS INSUMOS PARA O MILHO

Além dos problemas com os insumos para a conclusão da safra de soja, os produtores também sofrem com o atraso da chegada de alguns produtos para o início do plantio da segunda safra de milho.

"Temos um grande problema que é nada da atrazina, utilizada no milho, não ter sido entregue e as lavouras estão sendo já implementadas. E também veio uma promessa de que apenas parte dela será entregue. O que mais nos deixa preocupados é o fato de quando vamos a mercado encontramos ela para comprar, mas em preços absurdos em relação aos preços do ano passado, quando já havia sido comprada", relata Galvan.

Além da atrazina, o presidente da Aprosoja Brasil ainda alerta para o atraso na entrega das sementes de milho para a safrinha, o que pode fazer o produtor perder a melhor janela de plantio, podendo agravar ainda mais os prejuízos que já foram observados na safra de verão.

"Acredito que as perdas na safra de milho do Sul do Brasil possa chegar a 70%, 80% - PR, RS e SC - e agora esses problemas vêm atrapalhar o estado que conseguiu plantar sua soja cedo (Mato Grosso) e que pode fazer uma mega safra de milho, mas os insumos não vem. E sabe-se que o Mato Grosso já representa cerca de 40% da produção nacional de milho", diz.


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