Na tarde desta quarta-feira, 06, o secretário de Agricultura
e Meio Ambiente de Lucas do Rio Verde, concedeu entrevista no canteiro de obras
do futuro CETAS – Centro de Triagem de Animais Silvestres – do município.
Segundo Márcio Albieri, ao contrário
de outros estados, que já têm diversos centros de cuidados a animais
silvestres, Mato Grosso não possui nenhum e nossa cidade terá a oportunidade de
sediar o primeiro.
Albieri ainda comentou que os recursos necessários para a
construção do CETAS de Lucas do Rio Verde foram conseguidos graças a um
convênio assinado entre a Prefeitura e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente,
durante a gestão do vice-governador Carlos Fávaro, juntamente com o Ministério
Público de Mato Grosso, que viabilizaram R$ 500 mil para a instalação da
unidade.
“O município não entrou com nenhuma quantia financeira para
a construção do CETAS, a não ser a doação do terreno, que era uma área
degradada, local de depósito clandestino de lixo. O que fizemos além disso foi
a gestão para que o primeiro centro desta natureza viesse para nossa cidade e,
com tudo isso concretizado, teremos meios de fomentar diversas atividades
anexas, inclusive possibilitarmos a abertura de um curso de Medicina
Veterinária em um futuro não muito distante”, comentou o secretário.
Márcio ainda fez questão de enfatizar que o trabalho de atendimento a animais silvestres recuperados, recolhidos ou socorridos será realizado juntamente com todos os municípios da região: “Nós faremos parcerias com todos os municípios da região e atenderemos aqui animais recuperados das mãos de traficantes, acidentados às margens de nossas rodovias, resgatados de incêndios florestais ou outros desastres (...) não atuaremos como uma espécie de hotel para os bichos, mas como um local de salvamento e tratamento, com rotatividade constante e com diversos pontos e estágios de tratamento”.
NÚMEROS –
Estimativas do Governo Federal indicam que cerca de 15 animais silvestres sejam
atropelados a cada segundo no Brasil. A maioria destes animais têm pequeno
porte, mas dependendo da região por onde se viaja, podem ser vistos veados,
capivaras, tamanduás e até antas e emas mortos à beira das estradas.
O tráfico de animais silvestres compõe o terceiro maior
mercado criminoso do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e o de
armas. A Lei brasileira determina que matar, perseguir, caçar, apanhar,
utilizar espécimes de fauna silvestre, nativos, ou de rota migratória, sem a
devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou de acordo
com a obtida, pode gerar pena de detenção de seis meses a um ano, além de
multa. Além disso, o criminoso pode ter sua pena aumentada em mais 50% se o
crime for praticado contra uma espécie rara ou considerada ameaçada em extinção.