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POLÊMICA

Coletiva sobre situação de leitos de UTI do São Lucas quase termina em confusão

Direção do hospital confirmou que município implantou conjunto de 10 leitos para atender pacientes, mas não fez a habilitação junto ao sistema de regulação

Publicado em 30/06/2020 às 03:41
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Empresário Pablo Artifon questiona o convênio que possibilitou abertura de leitos de UTI no São Lucas (Foto: Portal da Cidade)

Quase terminou em confusão uma coletiva com uma equipe técnica do Hospital São Lucas sobre a preparação de um conjunto de 10 leitos de UTI para atender pacientes do município. A entrevista foi agendada para esclarecer boatos sobre a existência ou não desses leitos, já que não houve divulgação prévia sobre essa instalação. 

A diretora do Hospital São Lucas, enfermeira Tatiani Lima, informou que estão aptos a atender a população de Lucas do Rio Verde 10 leitos de UTI clínica, 10 de UTI neonatal e 10 leitos de UTI para atender pacientes de Covid-19 do município. Segundo ela, esse último conjunto vem sendo custeado pelo município. “Somente para os luverdenses. Nós não credenciamos com o Estado porque a preocupação era o que está acontecendo hoje, essa falta de leito e a preocupação com os luverdenses”, comentou.

Além dos leitos de UTI, foram preparados também mais 22 leitos de enfermaria para atendimento de pessoas suspeitas ou confirmadas com o Covid-19.

Durante a coletiva, Tatiani esclareceu que as 10 novas unidades são para atendimento específico de pacientes com Covid-19 que não podem ser no mesmo ambiente dos leitos clínicos para não propagar o vírus. Os leitos preparados para atender exclusivamente pacientes luverdenses com a doença têm os mesmos equipamentos e contam com a mesma qualificação de profissionais dos leitos clínicos. “Só muda mesmo o nome (UTI Clínica e Covid) e estão separados em lados diferentes”, comentou.

Em relação a respiradores mecânicos, o São Lucas conta com 36 equipamentos. No início da pandemia, o hospital recebeu 9 unidades, sendo 5 adquiridas pelo município e 4 numa ação liderada pela CDL local.

A diretora explicou que os pacientes ou seus parentes podem optar pela regulação do Estado (as cidades de referência são Sinop e Sorriso) ou ocupar um dos 10 leitos de UTI, se houver disponibilidade.

Tatiani disse que não houve divulgação da preparação dos leitos de UTI em razão do temor que, Estado ou a Justiça sabendo do funcionamento das UTI’s, fizessem a requisição dos leitos para internação de pacientes de outras regiões do Estado. “O Estado pode, sim, agora, bloquear os nossos leitos. Nós não somos credenciados com o Estado, não credenciamos os leitos de UTI Covid. Nós somos credenciados, sim, para os 8 leitos clínicos adulto e os nossos clínicos neonatal. Sendo que os outros 2, para completar os 10, é para convênios e particular”, relatou.

Antes que outros representantes da Fundação Luverdense de Saúde e da ala técnica do Hospital São Lucas pudessem se manifestar a respeito dos leitos preparados para atender exclusivamente moradores do município, o empresário Pablo Artifon, que acompanhava a entrevista, pediu espaço para questionar o convênio assinado para a viabilização dos leitos. “Não vou saber a data exata (celebração do convênio). Não é uma questão de não querer ser transparente. Tudo isso é muito bom, porque a população vai saber, mas corre o risco de agora, tanto o Ministério Público, quanto o Estado, podem, se virem necessidade, vir bloquear os nossos leitos”, explicou Tatiani.

“Querem esconder a verdade do público, do brasileiro, está no país errado. Você quer estar tendo a estrutura e escondendo a possibilidade”, alegou Artifon, no momento em que a entrevista coletiva foi encerrada em meio a protestos do empresário.

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