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Superação

"Resisti à crise e ao tempo", diz engraxate atuante em Lucas do Rio Verde

Os engraxates são poucos, mas ainda resistem a lustrar os sapatos de couro.

Publicado em 08/12/2019 às 00:44
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Engraxate, ou engraxador, é o profissional responsável pelo polimento e limpeza de sapatos (Foto: Richard Montecinos/Portal da Cidade )

Responsáveis pelo polimento e limpeza de sapatos, os engraxates surgiram em 1806. Isso se deu quando um operário poliu, em sinal de respeito, as botas de um general francês e foi recompensado com uma moeda de ouro por isto. Desde então, a profissão tornou-se conhecida, e por muitos anos oportunizou milhares de pessoas.

Nos dias atuais, a profissão está quase extinta, os engraxates são poucos, mas ainda resistem a lustrar os sapatos de couro, que há décadas, vêm competindo com as  tendências da indústria calçadista.

Foi pelas ruas de Lucas do Rio Verde, que o jornalismo do Portal da Cidade encontrou o engraxate Claudemir Amaro Chaves. Aos 42 anos de idade, Claudemir conta que "tudo começou quando me deparei sem oportunidades. Por muito tempo busquei por trabalho, como eu não tenho muita experiência, fiquei desempregado. Certo dia decidi que me tornaria engraxate, que não exige  muita coisa, apenas dedicação".

O local de trabalho é simples. Normalmente, com apenas um banquinho de madeira, um pedaço de pano, um pouco de graxa e uma escova, é o suficiente para tirar o ganha pão. Sentado, seu Claudemir tenta caprichar o máximo que pode no sapato.

“Eu resisti à crise e ao tempo! Quem tem uma profissão como esta, tem que se orgulhar, pois é um trabalho digno. Não tenho muita estrutura, nem tão pouco um local fixo para ficar, geralmente fico nas Avenidas Mato Grosso e Goiás. Quem quiser conhecer meu trabalho, é só chegar que será muito bem atendido", pontua.

Com um ganho máximo de R$ 20 (reais) por dia, Claudemir luta para sobreviver. Além de engraxar sapatos, o profissional também realiza alguns reparos. Longe dos filhos e da família, ele encontrou no município uma oportunidade.

"Graças a Deus estou conseguindo me manter aqui nesta cidade. Meus filhos moram em Rondônia e sempre que posso ajudo eles, mesmo ganhado pouco, consigo ajudar. Meu desejo é que as pessoas reconheçam meu trabalho e valorizem a profissão. Para alguns pode ser um gesto simples, mas gosto quando recebo um 'bom dia' ou um 'boa tarde', mesmo que não seja de um cliente, isso mostra que estou sendo visto. Mesmo desajeitado ou sujo, estou sendo visto", concluiu.

Assim como Claudemir, outros engraxates também persistem na atividade. Os tempos são outros. Hoje quem opta pelo serviço, em sua maioria, são pessoas de mais idade, que mantém o hábito de engraxar os sapatos por apreciarem o lustro que, só desta forma, é obtido. 

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