Ver, sentir compaixão e cuidar. Esta é a base da Campanha da Fraternidade 2020 que começou ontem, quarta-feira de cinzas. Nos próximos meses, católicos de todo o país refletem sobre a passagem bíblica que sugere mudança de comportamento quando as atitudes contrariam o mandamento bíblico de amar ao próximo. A parábola do bom samaritano, que dá a base ao tema da CF 2020, fala sobre a prática do amor e o cuidado ao próximo.
Conforme o pároco Padre Odilo Hoepers, da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, a passagem descrita no capítulo 10 do Evangelho de Lucas, mostra um momento em que um homem de Samaria, tido como pagão, demonstra compaixão por um desconhecido que foi assalto e ficou à margem da estrada, ignorado por religiosos da época. O tema da Campanha da Fraternidade tem o objetivo de levar o cristão a refletir sobre a forma como enxerga o próximo. “Com que olhos nós enxergamos o outro, será que é um olhar de desprezo, indiferença, individualismo, cada um que se vire? Nós, de fato, precisamos olhar pra esses caídos ao longo do caminho, perto de nós e que precisam da gente”, pondera.
O padre observa que não apenas os católicos, mas todas as pessoas de boa vontade devem observar o tema e refletir sobre o comportamento individual, especialmente num período em que a tecnologia tende a ilhar pessoas, desenvolvendo transtornos que as afastam da realidade. Na era do avanço tecnológico é preciso trazer o debate sobre o tema. “Nós não podemos perder certos relacionamentos, senão deixaremos de ser gente”, observa, acrescentando ser necessário advertir para comportamentos que possam afetar negativamente a sociedade.
Quaresma
Além do início da Campanha da Fraternidade, o pós-carnaval marca o início de preparação dos cristãos para a páscoa. A quaresma é o período de 40 dias em que a igreja trabalha assuntos que buscam direcionar o cristão para uma vida baseada nos ensinos de Jesus Cristo. “É um momento de retiro, onde nós marcamos com jejum, penitências, orações, aonde somos chamados a conversão, fazer nossa confissão, a fazer uma grande renovação de vida”, orienta.
Sobre o jejum, padre Odilo observa que ele pode ser a privação de líquidos e alimentos e também daquilo que pode ser considerado em excesso no dia a dia. “Pode ser o jejum das palavras, do celular, da televisão e tantos jejuns do que estou exagerando e que precise diminuir”.
Além do jejum, nesse período o católico é orientado sobre o modo correto de fazer caridade (sem muito alarde) e também nos períodos de oração, que devem ser momentos íntimos com o Criador.