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Sem recursos, Bom Samaritano de Lucas do Rio Verde encerra atividades

Casa atendia até 50 pessoas diariamente e não há outra instituição no município que realize este trabalho

Publicado em 30/01/2019 às 22:18

Casa de Passagem atendia população vulnerável de Lucas do Rio Verde há 15 anos (Foto: Eder Zulu - Portal da Cidade)

Após 15 anos de serviços de acolhimento humanitário prestados à sociedade de Lucas do Rio Verde, o Lar Bom Samaritano informou hoje pela manhã (quinta-feira, 31) que está encerrando suas atividades por falta de recursos financeiros. O anúncio foi feito em entrevista coletiva concedida pela presidente da entidade, Suzana Zuffo, e pela 1ª Secretária, Kelly Piccini.

A renda que mantinha o Lar em funcionamento sofreu redução desde que o Poder Público deixou de repassar os recursos de auxílio para custear a acolhida de pessoas encontradas nas ruas da cidade. A alegação do Poder Público, informam as diretoras da casa, é que o estatuto e o plano de ação não estariam em acordo com a legislação em vigor e, por isso, deveriam passar por adequações para que o Lar Bom Samaritano pudesse continuar a receber apoio municipal.

“Nós fomos notificados e não procedemos dentro do prazo, mas não deixamos de responder. Respondemos a notificação, fizemos o protocolo de nosso plano de ação, segundo rege nosso estatuto (...) foi-nos exigido que fossem mudados pontos em nosso estatuto, mas isso não se faz de uma hora para outra. Não nos negamos a mudar o que for necessário, no entanto, isso exige um tempo”, comentou Kelly.

No entanto, ela ressalta que a casa trata de pessoas em alto risco e vulnerabilidade social e que trâmites burocráticos não podem superar a questão humanitária que envolve a situação: “Se a lei exige, então que se cumpra, mas estamos falando de uma questão humanitária que não pode ser pautada apenas pela burocracia. Vejo que há falta de sensibilidade por parte de alguém que acaba por jogar fora todo o trabalho desenvolvido ao longo desses 15 anos (...) afinal de contas, para onde estas pessoas atendidas aqui vão agora se não para a rua?”.

Em resposta, a Secretaria de Assistência Social do município argumenta que houve um aviso a todas as entidades que recebem subvenção do Poder Público para que encaminhassem sua documentação até o último dia 21 de novembro. A data, segundo a secretária Lucileide Gurka, foi estipulada para que houvesse tempo hábil à Prefeitura de avaliar a documentação e encaminhar à Câmara de Vereadores o Projeto de Lei indicando os recursos que serão destinados ao longo do ano para estas instituições.

“No caso do Lar Bom Samaritano a documentação exigida não foi protocolada dentro do prazo e isso acabou causando todo este transtorno. Não se trata de uma negativa da Prefeitura ou de quem quer que seja, mas porque faltou a documentação e não nos foi possível dar o encaminhamento necessário”, disse a secretária.

A secretária ainda comenta que o Conselho de Assistência Social do município “vem fazendo notificações desde o último mês de agosto para que as entidades assistenciais realizem ajustes e façam as mudanças necessárias. É de nosso interesse que haja continuidade no trabalho, mas temos que fazer tudo dentro da legalidade”.

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