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FERIADO

15 de Novembro: O que comemoramos hoje?

Pesquisa exclusiva encomendada pelo Portal da Cidade revela que luverdenses não se importam com proclamação da República

Publicado em 15/11/2018 às 02:25

Marechal Deodoro da Fonseca: primeiro ato como presidente da República foi dobrar o próprio salário (Foto: Reprodução)

O Portal da Cidade encomendou pesquisa exclusiva para saber a opinião dos moradores de Lucas do Rio Verde sobre o feriado de 15 de novembro. Primeiro nossos entrevistadores perguntaram às pessoas se elas sabiam o motivo deste dia ser feriado nacional, e; em seguida, era questionado se o feriado tinha algum significado para o entrevistado.

NÃO SEI O QUE SIGNIFICA - Para a primeira pergunta, 38% dos entrevistados disse que não sabia ao certo qual era o motivo do feriado; outros 40% afirmaram ser pela proclamação da República; 16% indicaram outros eventos históricos brasileiros como Dia da Consciência Negra, Independência e Dia de Tiradentes, e; outros 6% não quiseram responder.

SÓ PARA DESCANSO - Para a segunda pergunta, 74% dos entrevistados afirmou que o feriado servia apenas para descanso pessoal; 12% disse que poderia ou deveria ser extinto do calendário nacional; 10% declarou ser uma data importante, que merecia ser comemorada, e; o restante (4%) não quis responder.

A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 14 deste mês e entrevistou 100 pessoas nos bairros Parque da Américas, Menino Deus, Centro e Cidade Nova.

Um dos entrevistados que respondeu a pesquisa foi o corretor de imóveis Elson Nunes de Almeida, há apenas 4 meses em Lucas do Rio Verde, vindo de São Paulo-SP. Ele comenta que há muito pouco a se comemorar, observado o histórico de golpes, instabilidades e corrupção nos 129 anos de República, mas acredita em dias melhores: “o que nos dá alguma esperança é a perspectiva de dias melhores pela frente a partir das mudanças que aconteceram agora, nas últimas eleições. Tenho uma visão positiva desta mudança e acredito que o Brasil poderá entrar em um ciclo positivo, tanto sob o ponto de vista social quanto econômico pelos próximos anos”.



O sociólogo Sonir Boaskevicz, responsável pela pesquisa, explica que o brasileiro sempre esteve descolado do conceito de república. Ele aponta que, “a república brasileira não nasceu de um desejo popular. Foi um levante de aproximadamente 600 militares em que a maioria sequer sabia o que estava fazendo no Campo de Santana naquele amanhecer de 15 de novembro, pois eram soldados ou praças que cumpriam ordens; Os líderes do golpe de Estado contavam com o apoio de políticos escravocratas que estavam insatisfeitos com o posicionamento abolicionista do Império. A presença de parlamentares republicanos no Congresso Nacional era pífia em 1889, ano do Golpe de Estado: apenas 2 deputados federais cariocas. Após a Proclamação houve aumento do salário dos políticos, a partir de Deodoro da Fonseca, que dobrou seu próprio provento sob a alegação de que “o que Dom Pedro II recebia era uma esmola”; a imprensa foi perseguida, vigiada e censurada; as Assembleias Estaduais foram fechadas (...) enfim, tudo que não era “república” foi banido da vida nacional sob a Lei e sob a espada (...) o povo obedecia e se calava ou era calado à força, como foi em Canudos (BA) e no Contestado (SC). A república, no Brasil, se solidificou sobre uma série de ditadutas, golpes e instabilidades”.

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