Diz o ditado
popular que “brasileiro é apaixonado por carro”. Porém, a este ditado pode-se
acrescentar que alguns são mais apaixonados, a ponto de gastar quantias
consideráveis de dinheiro apenas para restaurar, manter ou incrementar um carro
específico ou, até mesmo, colecionar veículos.
O maior
colecionador de carros antigos no Brasil é o paulista Paulo Figueiredo,
conhecido no meio automobilístico como Paulo “Louco”. Em um galpão ele guarda
relíquias da história do automobilismo mundial. Já são mais de 500 veículos
entre motos, carros e até veículos
militares blindados usados pelo Exército Brasileiro. Há também carros de
Fórmula 1 e automóveis que pertenceram a estadistas, como Getúlio Vargas.
Em Lucas do Rio Verde também há quem se dedique a esta atividade.
Embora os veículos sejam mais uma paixão pessoal do que objeto de coleção, há
quem invista consideráveis somas em dinheiro para restaurar um carro no município.
Um destes apaixonados é o empresário Gilson Gregório. Em sua oficinal ele mantém, hoje, um VW Fusca, uma
Willis Rural, uma Mercerdes Benz, um Ford Corcel, uma Willis Itamaraty e um GM
Opala Comodoro. Todos com mais de 30 anos de idade. Sobre o GM Opala, ele garante,
será preparado para participar de corridas de arrancada na região: “Está quase do jeito que eu quero. Vai ficar uma bala!”, enfatiza.
Gregório lembra que o primeiro carro que chamou sua atenção
foi um antigo Ford T 1929 que era de seu pai e, daí para diante, o mundo sobre
4 rodas o encantou: “Desde que eu era
criança, sempre fui apaixonado por carros e, principalmente, por carros
antigos. Mas há 6 anos, aproximadamente, por causa das competições de arrancada
aqui em Lucas do Rio Verde, essa paixão aumentou a ponto de pensarmos em abrir
uma oficina especializada em restauração de carros antigos, para atender não
apenas a minha demanda, mas cuidar das relíquias que amigos nossos também tem
aqui na cidade e na região”.
Gregório garante que se enganam aqueles que acreditam ser um
“passatempo de velhos” os cuidados com carros antigos. “Tem muita gente nova, com menos de 40 anos, que se interessa, adquire e
investe em verdadeiros tesouros (...) temos
nossos encontros aqui em Lucas do Rio Verde, em Sorriso, em Cuiabá, onde vemos
rapazes levando carros e motos que marcaram época há 40, 50 ou mais anos. É uma
atividade relativamente cara, é difícil encontrarmos peças de reposição e até
mesmo mecânicos que saibam lidar com eles. Mas nada disso atrapalha a paixão de
poder dirigir um automóvel desses”.
Quem também mantém em sua garagem dois carros antigos é Marcos Paulo da Costa, 24 anos. Ele é proprietário de dois Opalas, um Diplomata 1988 que usa diariamente e outro Comodoro 1968, que, a exemplo de Gilson Gregório, está preparando para disputar as competições de arrancada na pista da cidade.
“Faz três anos que tenho esse Diplomata e já tenho muitas histórias para contar. Os maiores investimentos que faço são para mantê-lo sempre funcionando muito bem. Já me ofereceram dinheiro por ele, mas algumas das ofertas até me ofenderam, pois as pessoas olham apenas o veículo e não aquilo que ele representa para seu proprietário. Por onde passo, o carro chama a atenção e as pessoas elogiam a forma com que o cuido (...) e isso me deixa feliz”, ressalta Marcos, ao lado de seu Diplomata/88.