Em um país onde 44% da população afirma nunca ter tomado um
livro para ler em toda a vida, aparentemente pouca coisa haveria para se
comemorar na data que marca o Dia
Internacional do Livro (23 de maio). De acordo com os dados do índice PISA
- Programa Internacional de Avaliação de Alunos – o País ocupa a 59ª posição,
entre 76 países avaliados, no ranking mundial de leitura.
No entanto, segundo o Instituto Pró-Livro, o restante da
população que afirma ter o hábito da leitura é composto por uma maioria jovem.
Estudo recente da entidade indica que 67% dos leitores brasileiros é composta
por um público que está na faixa etária entre os 18 e os 24 anos, com
crescimento de 14% sobre o estudo realizado em 2014. Existem autores brasileiros
que apostam neste segmento e alguns deles chegaram a vender mais de 1 milhão de
exemplares.
VARIEDADE – Dono de
uma das maiores livrarias de Lucas do Rio Verde, o Professor Valdir Moreira
comenta que, com a queda na venda de livros físicos, as lojas agora precisam
apostar em diversificações para permanecerem abertas, oferecerem outros
serviços que atraiam o público.
“Nos últimos anos, com o surgimento dos aplicativos de
leitura, o livro físico começou a perder espaço para as publicações virtuais.
Com isso, os espaços que vendem títulos também precisaram se adaptar. Como o
nosso público é composto por jovens, optamos por abordar a leitura a partir
daquilo que eles gostam de ler e, com o passar do tempo, a curiosidade acaba
por leva-los a buscar outros autores e isso acaba por movimentar todo o mercado
editorial”, explica o Professor.
AMOR À LEITURA – Na Biblioteca Municipal Monteiro Lobato, a reportagem do Portal da Cidade encontrou o jovem Kaleb Schmidt Machado, 14 anos. Ele conta que sempre gostou de ler bastante, ao ponto de já ter em sua casa uma pequena coleção de pouco mais de 50 volumes.
Ele conta que a biblioteca é uma grande fonte de inspiração e que, apesar das publicações digitais serem bastante úteis para determinadas tarefas, como trabalhos escolares, os livros ainda possuem o atrativo do manuseio e a magia que transforma o mundo do leitor: “gosto de usar livros porque através deles tenho acesso à proposta do autor, àquilo que ele quer passar através das páginas (...) e isso nem sempre é possível usando aplicativos ou outros meios”.