Com a onda de novas tecnologias para o agronegócio, as
empresas que disputam este mercado têm investido pesado em inovação e
aperfeiçoamento de seu portfólio de produtos. Especialistas no assunto, há
algum tempo, chamam esta nova forma de relação com a produção agropecuária de “nova
revolução verde”, que enxerga a próxima geração de produtores como pessoas
ligadas, ao mesmo tempo, à produção na lavoura e a todos os demais ramos que
compõem o mercado.
Outro fator relevante, garantem os desenvolvedores destas
novas tecnologias, é a produtividade aliada à redução das perdas nas etapas do
processo de distribuição, desde a lavoura até o consumidor final.
A partir de pesquisas e desenvolvimento, uma empresa
espanhola desenvolveu uma colheitadeira de morangos capaz de identificar apenas
os frutos maduros, deixando os verdes ou em fase de maturação no pé; pequenas
propriedades da Alemanha estão testando drones com câmeras especiais para
mapear a presença de insetos nas plantações; na China, equipamentos mais
completos têm resolvido o problema da falta de mão de obra em determinadas
regiões agrícolas; duas grandes fábricas de máquinas agrícolas têm investido
recursos na criação dos primeiros tratores autônomos.
Uma dessas fábricas, com sede nos Estados Unidos, chegou a
adquirir parte de uma empresa farmacêutica para estudar o desempenho de um
pulverizador capaz de identificar, isoladamente, as necessidades de nutrientes
de cada planta ou a presença de ervas daninhas em determinadas áreas de
cultivo.
Com a redução das perdas, aumento na eficiência de produção
e economia com insumos, afirmam os pesquisadores, a atividade agrícola do
século XXI tem potencial para se tornar um dos grandes polos de desenvolvimento
de novas tecnologias ao redor do mundo.
Neste sentido, afirma o sociólogo Sonir Boaskevicz, “a
agricultura 4.0 se mostra capaz de gerar um outro ciclo de desenvolvimento
social e econômico, aos moldes do que aconteceu na Idade do Bronze, com o
amadurecimento das técnicas agrícolas ou na Europa do final da Alta Idade
Média, quando a produtividade do campo teve um salto e propiciou excedentes
jamais vistos por aquele continente. Aqueles que não souberem se colocar dentro
deste novo ciclo se tornarão economias adjacentes e dependentes. Daqui para
frente, mesmo em um futuro bem próximo, será impensável a agricultura de ponta
sem o uso destas ferramentas que estão sendo desenvolvidas”.