Segundo dados recentes do Instituto de Geografia e Estatística – IBGE – existem cada vez mais brasileiros que retardam sua saída definitiva do mercado de trabalho. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Pnad Contínua – o percentual de idoso que ocupam espaço dentro de empresas ou órgãos públicos passou de 5,9% em 2012 para 7,2% em 2018, o que representa um m salto de 22% em 6 anos. Em números absolutos, a quantidade de idosos que permanecem ativos saltou de 6,1 milhões para 7,5 milhões neste período. Os motivos alegados são muitos, mas todos eles têm como centro a manutenção da qualidade de vida e também o baixo rendimento oferecido pela previdência social do governo.
O Portal da Cidade, em matéria exclusiva, procurou em Lucas do Rio Verde algumas pessoas seguem esta tendência.
GOSTO DE CONTATO SOCIAL
– O farmacêutico Hélio Griebler tem 59 anos e já completou o tempo de contribuição exigido por lei para reivindicar sua aposentadoria, mas afirma não estar disposto a sair de trás do balcão da farmácia onde trabalha, no centro de Lucas do Rio Verde.
Ele reconhece alguns motivos pelos quais não pretende parar de trabalhar: “hoje não vale a pena parar de trabalhar e se aposentar. Primeiro porque a burocracia para a aposentadoria de microempresários é grande, em segundo lugar porque o rendimento da aposentadoria é muito baixo e, mais do que isso tudo, porque gosto de ter contato com o público, de tirar dúvidas das pessoas que nos procuram. Faço isso há anos aqui e não tenho motivos para parar agora”.
QUERO TRABALHAR ATÉ
OS 80 ANOS – Assim como Hélio, outro que não pretende parar tão cedo de trabalhar é Gelcemin Frizzo, que administra uma casa lotérica na Avenida Rio Grande do Sul. Ele explica que, apesar de já estar perto da idade legal e já ter contribuído além do suficiente para pedir sua aposentadoria, não se vê fora do mercado de trabalho.
“Trabalhar para mim sempre foi uma questão de bem estar. Não consigo me ver parado. Se não estou na lotérica atendendo as pessoas que passam por aqui todos os dias, das 6h45min até as 18h, arrumo outra coisa para fazer. Não gosto nem um pouco de ficar parado e acho que isso me deixaria doente. Quero trabalhar até os 80 anos ou mais”, admite.
NÃO VEJO MOTIVOS PARA
PARAR – Renata Boaskevis é classificadora de cereais em um dos mais tradicionais armazéns gerais de Lucas do Rio Verde e, mesmo aposentada, continua a fazer o mesmo trabalho há três décadas. Ela afirma que não encontrou motivos para parar de trabalhar.
“Se eu me sinto bem desempenhando determinada função, não vejo o porquê de parar. Se eu sou útil, se ainda tenho capacidade de contribuir, então o trabalho é algo que só pode fazer bem. Além do mais, o que se recebe hoje com a aposentadoria oficial não é capaz de custear os gastos que temos com remédios, alimentação e custos da casa (...) então, não faz sentido pensar em parar de trabalhar agora”, avalia
