A CONAB – Companhia Nacional de
Abastecimento, divulgou na manhã de hoje (terça-feira, 12) seu sexto
levantamento anual sobre a produtividade de grãos do Brasil para a safra
2018/19.
Segundo o órgão, os números
indicam que, apesar na quebra da safra de soja, que chegou a 4,9%, segundo o
último balanço feito pelo Governo Federal, a expectativa ainda é de crescimento
em relação à safra anterior de aproximadamente 2,5%, o que representaria um
total de 233,3 milhões de toneladas colhidas. As apostas repousam sobre o milho
safrinha, que deve ter incremento de 23,6% sobre o volume colhido na safra
2017/18, e sobre o algodão, que deve ter produtividade 28,4% superior ao
desempenho do ano passado, atingindo a marca de 2,6 milhões de toneladas.
Também há indicativos que apontam
para o crescimento da área plantada em todo o território nacional, chegando a
quase 63 milhões de hectares, cobrindo espaço 1,9% superior ao registrado na
safra anterior.
RENTABILIDADE – Apesar do aumento da produtividade em quase todas
as cultivares de maior relevância para a composição do PIB agro, os cálculos indicam
que a remuneração do agricultor será menor em relação aos anos anteriores. A
exemplo do que vem acontecendo há aproximadamente uma década, segundo o IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – os lucros do campo têm
sofrido perdas consecutivas graças ao aumento do custo dos insumos, logística
deficiente e políticas governamentais equivocadas.
Pelos dados do instituto, em 2016, a renda das
lavouras, medida pelo VBP – Valor Bruto da Produção agropecuária – caiu 2,6% em
relação a 2015; recuperou-se em 1,3% em 2017, mas voltou a cair em 2018 em mais
2,14%. As estimativas são de nova redução, de algo em torno de 1,1%, até o
final de 2019. O resultado disso, afirmam as entidades que representam os
produtores, é que as dívidas precisam ser renegociadas a cada ciclo e a
competitividade do Brasil começa a entrar em xeque.