Embora o Brasil seja reconhecido mundialmente como um dos
principais países em volume na produção agropecuária e tenha conseguido avanços
consideráveis na agroindústria, ainda não se firmou como centro referencial de
novas tecnologias para o agronegócio. Como consequência dessa defasagem, avisam
especialistas, o país poderá se tornar dependente de fontes externas de
desenvolvimento e até mesmo perder mercados importantes para alguns produtos já
nos próximos anos.
O tema é tão relevante para a agricultura do planeta que
recebeu atenção central no último Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos,
na Suíça. Em um dos painéis, discutiu-se o prejuízo que países mais vulneráveis
terão, caso não consigam desenvolver tecnologias próprias ou, ao menos, se
inserir como pontos relevantes para a circulação tecnológica criada a partir de
agora.
O sinal de alerta se acende justamente aí para o Brasil,
pois o país não tem um bom histórico de investimentos em Ciência e Tecnologia,
salvo algumas ilhas de excelência, como a EMBRAPA e alguns Institutos Federais
especializados no setor, por exemplo. No tocante a recursos, os centros de
pesquisa e desenvolvimento tecnológico brasileiros recebem investimentos 16
vezes menores do que os aplicados nos Estados Unidos.
Em termos práticos, o Brasil hoje tem 200
startups de tecnologia 4.0 para a agricultura, enquanto Israel possui 400,
mesmo ocupando um território 400 vezes inferior ao brasileiro e contando apenas
com 20% de suas terras considerada aráveis.