Levantamento de preços realizado no último trimestre de 2019, Mato Grosso tem a 5ª cesta básica mais cara do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Florianópolis. Os dados foram divulgados no início desta semana e indicam que o aumento do salário mínimo oficializado pelo governo terá pouco efeito prático no bolso do consumidor nos primeiros meses de 2020.
De acordo com a entidade, entre os itens que mais pesam no bolso do mato-grossense neste começo de ano estão o leite, com aumento de 18,65% em relação à leitura de setembro de 2019; o arroz (17,24%); feijão (17,24%); farinha (17,34%); batata (11,22%); molho de tomate (36,05%); banana (21,78%); açúcar (30,61%); café (16,52%); óleo (22,79%) e; manteiga (33,77%).
Na avaliação da professora aposentada Eloísa Mertens, que vai ao supermercado pelo menos duas vezes por semana, “o aumento no custo destes itens que são mais perecíveis acabam pesando muito na hora de fecharmos as contas no final do mês e praticamente anulam os ganhos com o aumento do salário mínimo estabelecido pelo governo. Isso é ruim, pois mantém baixo o poder aquisitivo do cidadão e, consequentemente, prejudica toda a economia, pois não gera aumento real no fluxo financeiro”.
A mesma opinião tem Leandro Santos, 24 anos, motorista e responsável por uma família de 4 pessoas. Ele cita como exemplos o aumento da carne e do leite para exemplificar como o assalariado tem passado por dificuldades na hora de fazer suas compras no supermercado e qual é a melhor estratégia para driblar o aumento nos custos: “a gente faz pesquisas em todos os mercados da cidade para vermos onde o preço é mais acessível. O aumento do salário ajudou, mas essa variação nos gêneros como carnes, leite e verduras, por outro lado, impactam muito no bolso do trabalhador. Precisamos abrir mão, às vezes, de um determinado item ou escolhermos marcas menos conhecidas (...) tem que ter jogo de cintura, senão o salário não chega ao final do mês”.