A safra do soja 2018/19 de Lucas do Rio Verde terminou
oficialmente neste final de semana com uma média de 56,5 sacas por hectare,
índice 3% inferior ao registrado na colheita anterior. Os números são melhores
do que os apresentados no início da colheita, quando especialistas afirmavam
que havia propriedades que estavam colhendo com até 20% de quebra em relação ao
período 2017/2018.
Os principais motivos para esta queda produtiva, afirmam agrônomos,
estão relacionados ao clima. Segundo eles, a safra passou por dois períodos
muito distintos durante o processo de floração e maturação do soja na lavoura.
Em um primeiro instante, houve um longo tempo de chuva e céu muito encoberto,
dificultando o trabalho de fotossíntese das plantas e prejudicando o
desenvolvimento dos grãos; já em dezembro ocorreu o inverso, ou seja, uma
estiagem de diversos dias que aceleraram o processo de maturação dos grãos no
pé, fazendo com que eles não ganhassem tanta massa quanto o espetado.
RECUPERAÇÃO – No entanto, o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Lucas do Rio Verde, Carlos Simon, destaca que os últimos dias, em algumas fazendas, foram mais generosos e houve
uma recuperação da produtividade, em relação ao início do período de colheita: “alguns
talhões daqui do município apresentaram queda bastante acentuada de
produtividade, rendendo até menor de 50 sacas por hectare, mas agora para o
final da safra algumas lavouras registraram 60 sc/hec. Isso reduz um pouco o
impacto inicial, mais ainda há uma redução, embora pequena, da ordem de
aproximadamente 3% no resultado final, se compararmos com o ano passado”.
MERCADO – A maior
preocupação dos agricultores, agora, se torna o baixo valor oferecido pelo
mercado para o soja. Ao longo das últimas semanas o preço médio para a saca de
60kg não tem passado dos R$ 65, caindo a R$ 60 em alguns momentos.
Simon também explica este problema: “Há muito
produto para ser vendido agora, mas o preço ofertado pelo mercado hoje não
compensa, está muito abaixo daquilo que se esperava quando o soja foi plantado.
Aqui em Lucas do Rio Verde, por exemplo, os agricultores sempre trabalharam com
a expectativa de vender a US$ 19, mas hoje não passamos dos US$ 16. Isso
representa um prejuízo de 15% para a receita”.