Assim que a safra do soja se aproximou de seu final, os
agricultores dos municípios que compõem a região do Vale do Teles Pires, em Mato
Grosso, começaram o plantio do milho safrinha e do algodão. Como o mercado para
a oleaginosa apresenta até agora um rendimento muito aquém daquele esperado
pelos produtores, suas esperanças de recuperação para o ano de plantio estão
depositadas nesta segunda etapa de cultivo.
Conforme afirma o site da EMBRAPA – Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária – tanto o excesso de chuvas quanto períodos muito longos
de estiagem, são prejudiciais ao pleno desenvolvimento do milho. Embora seja
uma espécie que exija bastante irrigação, a quantidade de água ideal para as
plantas, continua o artigo, varia entre 400mm e 600mm. Na última quinzena, no entanto,
o volume de chuvas que cai sobre a área é o triplo do máximo necessário, indica
o INMET – Instituto Nacional de Meteorologia. Apenas nos últimos 7 dias de
fevereiro, indica o mapa meteorológico do órgão, as precipitações somam volume
superior aos 120mm em determinados episódios, podendo ultrapassar os 220mm em algumas
ocasiões.
Fotos aéreas repassadas ao jornalismo do Portal da Cidade feitas
pelo Comandante Antônio Carlos, que tem uma empresa que presta serviços de
aviação agrícola para a região, demonstram como algumas propriedades têm sofrido
com o excesso de chuvas. Nelas, podem ser vistas áreas completas tomadas pela
água das chuvas que se acumularam. “Se essa realidade persistir por mais alguns
dias, estas lavouras estão todas condenadas, não há como salvar”, avalia o
empresário.
O agricultor Rodrigo Noro, que planta em Ipiranga do Norte, chama a atenção para alguns cuidados que podem amenizar o problema: “nossa região é bastante plana e o escoamento da água que cai na lavoura é prejudicado por causa disso. Assim, uma boa engenharia, com um sistema de drenagem adequado, precisa ser feito. Além disso, há agricultores que usam barragens (...) elasprecisam passar por manutenção constante, principalmente em épocas atípicas como esta que estamos passando este ano, onde o solo já está bastante encharcado. Não cuidar destes detalhes é correr riscos muito altos de perder toda a safra”.
Fonte: INMET - Intituto Nacional de Meteorologia
