A FEPLANA - Federação dos Plantadores de Cana do Brasil – entregou
hoje (sábado, 16) à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza
Cristina, documento contendo cálculos do setor sucroalcooeiro indicando que,
caso nenhuma medida seja tomada, a concorrência com o etanol estrangeiro poderá
estrangular o crescimento do setor no Brasil.
O alerta da instituição aponta que, devido às elevadas taxas
tributárias cobradas pelo Governo Federal sobre o produto brasileiro e os
incentivos dados à importação do etanol processado em outros países, a
distorção no mercado interno está chegando a níveis perigosos.
O documento entregue a Tereza Cristina sugere que sejam
adotadas medidas que desonerem o produto nacional, tornando-o mais competitivo
para o mercado nacional e para a exportação. A maior preocupação dos
representantes do setor diz respeito ao etanol produzido nos Estados Unidos,
que entram no Brasil a preço muito mais baixo do que o praticado pelos
produtores domésticos.
A entidade lembra que a elevada carga de subsídios ofertada
aos produtores de milho dos EUA fazem com que o produto alcance um preço
artificial no mercado internacional. No mesmo sentido, afirma, a prática já foi
criticada por Europa e China, que impuseram ao produto norte-americano medias
restritivas de importação e antidumping.
MATO GROSSO – Um
dos estados mais afetados com a concorrência estrangeira é a indústria
mato-grossense de etanol de milho. Desde que começou a operar, o setor tem
apresentado índices de crescimento acima da média nacional e chamado a atenção
de investidores, inclusive com a possibilidade de se construir um duto ligando
as indústrias do estado aos principais mercados consumidores do Brasil (leia matéria aqui).
Além do mais, os produtores mato-grossenses
trabalham com a mesma tecnologia e matéria-prima usada pelos EUA na fabricação
do etanol, embora sem as mesmas condições de competitividade, desde a produção,
passando pela distribuição, até a comercialização final.