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Economia

Consultor financeiro luverdense explica política econômica do Governo Federal

Entenda o que há por trás da liberação dos recursos do FGTS, e no adiantamento do 13º salário.

Publicado em 07/08/2019 às 08:05
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Com o objetivo de movimentar a economia do país, o Palácio do Planalto, liberou o saque das Contas Inativas o FGTS. Uma medida provisória(MP) também foi assassinada na última segunda-feira(05) pelo presidente, para a liberação da primeira parcela do 13º salário, aos aposentados e pensionistas do INSS. Uma injeção direta de recursos na economia de aproximadamente R$ 63 bilhões nos próximos meses. O que representa a metade do PIB do estado do Mato Grosso que em 2018 somou R$123,8 bilhões.

Com tantas mudanças, o Portal da Cidade entrevistou o perito e consultor financeiro Aldo Nuss, de Lucas do Rio Verde, para falar um pouco mais sobre este tema.

Quando trabalhamos em uma Indústria, ou na Prestação de Serviços ou ainda no comércio estamos gerando renda e riqueza, onde os recursos gerados pertence ao cidadão. Porém quando tomamos um empréstimo de um agente financiador, o recurso não é da pessoa, ele entrou no fluxo financeiro da família, mas vai ter que sair e, com um valor maior ainda, pois será adicionado ao capital, a remuneração sobre esse capital.

'' Por analogia, no caso do Governo, não é muito diferente e quando ele emite “Títulos do Tesouro” e coloca no mercado financeiro, com a intenção de aquecimento da economia, ele está tomando um recurso emprestado e que deverá ser devolvido em um volume ainda maior, gerando nesses casos muitas vezes, um processo inflacionário. A emissão dos “Títulos do Tesouro” aquece o mercado, pois há mais dinheiro disponível na economia do país, mas gera um fenômeno do aumento de preços, ou ainda, de um possível aumento na tributação para que o Governo possa quitar essas dívidas no futuro'' .  

CRITICA- Ainda de acordo com o especialista financeiro, os governos anteriores por um bom tempo (2015 a 2017) tomaram recursos no mercado à juros de 12% a 14% ao ano (Taxa SELIC) e emprestaram a taxas de juros mais baixos, aos Programas como “Minha Casa Minha Vida”, “Financiamentos Rurais” e o dos Caminhoneiros à uma taxa média de 3% 5% e 7% ao ano, respectivamente, estimulando assim todo o mercado, mas gerando um déficit cada vez maior no orçamento primário, provocando um aumento na “Dívida Interna” e como consequência, um aumento na inflação nesse período.

‘’Ao contrário dos Governos anteriores, o Governo atual reluta em emitir os “Títulos do Tesouro”, tentando controlar a inflação na casa dos 3,3% ao ano (INPC – IBGE – acumulado até junho/2019), no entanto, com a necessidade de injetar recursos na economia para aquecê-la, principalmente na criação de novos empregos, resolveu facilitar a liberação dos recursos do FGTS aos trabalhadores, com a intenção de injetar algo próximo de 42 bilhões no mercado interno e que, com mais verba disponível, a tendência é que as famílias fiquem mais propensas a um consumo maior, gerando um estímulo a produção, e como consequência, aumento de empregos, salários e, por conseguinte mais tributos para o Governo.’’

Aldo Nuss ressalta, que esses recursos do FGTS já são riquezas que foram geradas e tributadas, portanto, não participam da emissão de novas dívidas no mercado por parte do governo. É como se o indivíduo, em vez de pegar novos financiamentos, utiliza-se dos seus próprios recursos de sua poupança. 

‘’ Seria muito fácil resolver momentaneamente o problema do desemprego no Brasil, a emissão de 300 bilhões de “Títulos do Tesouro” iria aquecer em demasiado a economia do país, mas a um ‘’ custo benefício muito doloroso. À saída é cortar gastos, como a previdência, e liberar os recursos do FGTS, concluiu''.





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