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DESCONTENTES

FRETE: Tabelamento descontenta transportadores, agricultores e governo

Empresários do transporte e lideranças da agricultura em Lucas do Rio Verde afirmam que atual modelo só favorece grandes empresas

Publicado em 01/08/2019 às 21:32

Transportadoras, agricultores e Governo Federal concordam que atual modelo do tabelamento do frete é ruim para todos (Foto: Reprodução)

O tabelamento do frete voltou a ser tema de debates em Brasília na última semana e o atual sistema tem desagradado transportadores autônomos, agricultores e encontrado fortes críticas dentro do Governo Federal, principalmente dentro do Ministério de Infraestrutura.

Em entrevista concedida na última quarta-feira (31), o ministro da pasta, Tarcísio Gomes de Freitas, deixou bem evidente sua opinião contrária ao tabelamento do frete, vigente no Brasil desde o final do governo Temer. Durante entrevista a um canal de TV, Gomes de Freitas ponderou: “acho que boa parte dos caminhoneiros autônomos já percebeu que o tabelamento foi um erro. Por isso, acredito que devemos realizar um estudo técnico que nos indique o real custo do frete. O estudo que a Esalq trouxe uma avaliação assim como referência, que está sendo mais ou menos aceita. Isso seria uma grande referência para o próximo passo, que é a negociação com o setor”.

REGIONALIZAR E DESCENTRALIZAR - A opinião do ministro é a mesma dos donos de pequenas frotas e motoristas autônomos em Lucas do Rio Verde, município que aparece entre os maiores produtores de soja do Brasil. Na avaliação dos empresários, o tabelamento, do jeito que está, só favorece as grandes empresas, que adquiriram uma grande quantidade de caminhões e passam a oferecer preços irrisórios aos prestadores de serviço. Na avaliação de um deles, que pediu para não ser identificado, “seria mais vantajoso descentralizar as negociações e deixar que os caminhoneiros formem grupos e fechem contratos de prestação de serviço diretamente com empresas e agricultores, pois cada região do país tem uma dinâmica específica de oferta e demanda, e é isso que dá o preço final do frete”.

TABELA ARTIFICIAL - Esta opinião é congruente com o que dizem os agricultores. Um deles, Carlos Simon, também com investimentos na região de Lucas do Rio Verde, destaca: “esta decisão de fazer uma política única para o frete em nível nacional sempre se mostrou contrária ao mercado e penaliza todo mundo, pois cria mecanismos artificiais para o mercado. Descontenta transportadores, agricultores e só faz com que grandes empresas criem suas frotas próprias, aumentando o risco de empobrecimento do setor, caso nada seja feito”.

Segundo dados da CNT – Confederação Nacional do Transporte – atualmente o Brasil dispõe de aproximadamente 2,8 milhões de caminhões, dos quais 453,8 estão aptos ao transporte de grandes cargas. O anuário da CNT ainda indica que há 492,4 mil caminhoneiros autônomos atuando nas rodovias do País. Os números são do levantamento feito em 2018.


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