Em nota técnica emitida no final da semana passada, o Instituto Mato-grossense do Algodão – IMAmt – alerta agricultores do estado que a lagarta Helicoverpa armigera tem desenvolvido resistência aos cultivares com a tecnologia Bt.
Um grupo de especialistas ligados ao IMAmt, à Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – e à Universidade de Cuiabá foi o responsável pela pesquisa que detectou o aumento da resistência da larva à proteína das plantas. Segundo a nota da IMAmt, esta é a primeira vez que esse tipo de resistência é reportada no algodão após a realização de estudos em campo.
Desde que foi detectada pela primeira vez no Brasil, durante a safra 2012/13, a Helicoverpa armigera tem se tornado uma enorme dor de cabeça para o agronegócio nacional, principalmente porque há no país seis assinaturas genéticas diferentes da praga, indicando que houve uma inserção múltipla da espécie exótica a partir da Ásia, África e da Europa. Além disso, seu perigo reside em sua alta taxa de fecundidade, possibilidade de sobreviver sob condições adversas e elástica capacidade de atacar diversas culturas, concomitantemente.
Causas
Falando com exclusividade ao Portal da Cidade, a Engenheira Agrônoma e doutoranda em proteção de plantas, MSc. Camila Souza, comenta que “o reflexo da resistência a inseticidas no campo, na maioria das vezes, é o aumento das doses do inseticida ou aumento no número de aplicações, levando a um cenário de alta pressão da seleção, o que acaba agravando este problema, além de onerar o custo do manejo e ocasionar problemas ambientais”.
Recomendações
A especialista ainda afirma que “a implementação do manejo integrado de pragas, através do monitoramento da população da espécie na lavoura, bem como o uso correto dos defensivos agrícolas recomendados para aquele cultivar, com a dosagem certa, além da rotação de produtos, são fatores fundamentais para o manejo econômica e ambientalmente viável da Helicoverpa armígera”.
