Especialistas em mercado externo de commodities têm afirmado,
desde a semana passada, que o preço do soja brasileiro tem caminhado para uma
estabilização. Segundo os analistas de mercado, há três fatores que indicam
para onde caminhará o mercado da oleaginosa: o câmbio, o tamanho da safra e a
queda de braço entre Estados Unidos e China. Em um panorama geral, há um
caminho que está se clareando para os exportadores.
DÓLAR, PRODUÇÃO E GUERRA - Em primeiro lugar, ao longo
dos últimos quatro meses o dólar tem
se mantido em uma faixa segura, entre R$ 3,70 e R$ 3,75, e o único fator que
pode abrir o mercado para especulações e instabilidades são as discussões sobre
as reformas propostas pelo Governo; o segundo fator é a quantidade de soja que os países produtores colocarão no mercado no
primeiro semestre do ano, mas como os cálculos já bateram o martelo para algo
em torno de 117 milhões de toneladas para o Brasil, 53 milhões de toneladas
para a Argentina e 8,84 milhões de toneladas no Paraguai. Com estes números, o
mercado passa a trabalhar com conceitos tangíveis, e; terceiro ponto são os
ajustes que levarão Estados Unidos e
China resolverem as discussões sobre a guerra comercial instalada desde o
ano passado.
BALANÇA
COMERCIAL –
Como o soja sofreu redução em suas perspectivas para a safra de quase 10% e
como também é o principal item da cesta de exportações do Brasil, as projeções
são de que a Balança Comercial brasileira sentirá um leve movimento negativo
este ano, em relação aos três últimos registros. A avaliação é da ANEC - Associação
Nacional de Exportadores de Cereais, que projeta uma redução nas exportações de
até 12% ou algo em torno de 9,8 milhões de toneladas, o que representa, apenas
para o produto a granel, um desconto de quase R$ 11 bilhões para o PIB –
Produto Interno Bruto.