Conforme adiantado pelo Portal da Cidade no último domingo (01), os agricultores de Lucas do Rio Verde estão receosos em comercializar o soja que ainda pode ser negociado, pois embora o volume de recursos em Reais tenha avançado 17,5% no estado, em relação à cotação de julho, o cenário segue incerto e exigindo bastante cuidado na hora de se fechar qualquer contrato.
De acordo com números divulgados pela Secex – Secretaria de Comércio Exterior, em agosto passado os produtores embarcaram 31,4% mais soja para o mercado internacional, mas em termos absolutos a rentabilidade da oleaginosa caiu 38,3% no mesmo período, principalmente por causa da desvalorização da cotação na Bolsa de Chicago, onde a depreciação chegou a 10,1% em termos reais na relação dom o Dólar.
Em dólares, a média diária negociada com o exterior foi de US$ 86,1 milhões, atingindo a cifra mensal de US$ 1,89 bilhão. Este montante pagou pelo envio de 5,32 milhões de toneladas, a um preço médio de US$ 355,3 por tonelada.
Estas informações corroboram o que os agricultores e analistas de mercado estavam prevendo desde o final do mês de maio, quando as negociações entre Estados Unidos e China para a solução da guerra comercial começaram a entrar em um ritmo de impasse, com avanços e reveses.
“A manutenção deste impasse é ruim para todos, pois cria uma falsa ideia de avanço no mercado. O volume embarcado pra os portos da China pode até ser maior, a desvalorização do Real aumenta o volume de moeda, mas na verdade estamos a mercê da fome dos chineses e dos preços ditados pelos Estados Unidos” – avalia Sonir Boaskevicz, analista em comércio exterior em Lucas do Rio Verde.