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ANO LETIVO 2020

Comissão indica manutenção das aulas remotas nas escolas públicas

Pais e professores foram consultados e maioria não se sente segura para o retorno à escola

Publicado em 01/10/2020 às 05:13

Decisão pela continuidade da suspensão das aulas presenciais nas escolas públicas até o final deste ano letivo foi unânime (Foto: Divulgação)

Reunida na Câmara de Vereadores na tarde desta quarta-feira, 30, a Comissão Especial para Estudos, Elaboração de Critérios e Protocolos para o Enfrentamento da Emergência em Saúde Pública Decorrente do Coronavírus (Covid-19), que reúne representantes de todas as redes de ensino de Lucas do Rio Verde, decidiu, por unanimidade, apresentar para o Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus o indicativo de continuidade da suspensão das aulas presenciais nas escolas públicas até o final deste ano letivo.  

Embora o cenário local, como em outros municípios vizinhos, apresente um recuo considerável no número de casos relacionados à Covid-19 nos últimos dias, a decisão leva em conta os resultados dos questionários dirigidos aos pais de alunos e aos professores da rede municipal de ensino que apontam para a necessidade da manutenção das aulas remotas e ainda a avaliação da falta de profissionais e de equipamentos para garantir um retorno seguro às escolas da rede estadual.

Segundo a secretária adjunta da Secretaria Municipal de Educação, Kátia Cantão Mundim, o encaminhamento das pesquisas mostra claramente que tanto pais como professores não se sentem seguros em relação à volta às aulas nesse momento mesmo que as escolas sigam protocolos rígidos de saúde. Além disso, a falta de pessoal e de estrutura nas redes para o funcionamento de um sistema educacional híbrido, que mistura, simultaneamente, aulas presenciais e remotas, impede uma retomada imediata com a devida qualidade.

“O acirramento da pandemia já nos fez recuar do planejamento de retorno às aulas que tinha sido traçado anteriormente e hoje o assunto voltou a ser discutido à luz da Lei 14.040 e da Resolução 03, que flexibiliza o critério de 50% de aulas presenciais e de 50% de aulas remotas, passando a trabalhar com o critério de parte presencial e parte não presencial. Como as redes municipal e estadual, com exceção de uma escola, já cumpriram a parte presencial no início do ano, temos condições de fechar o ano com aulas não presenciais como previsto na nova resolução”, explica.

Por conta dessa situação inesperada, que forçou as escolas e todos os agentes das comunidades escolares a se reinventarem para que o ano letivo não fosse perdido, Kátia prevê que o trabalho em 2021 será dobrado para que haja uma recuperação de tudo que não pôde ser feito presencialmente ao longo de 2020. “Já estamos pensando em uma dobradinha 2020-2021 para compensar os inevitáveis prejuízos decorrentes de um ano totalmente atípico e com surpresas para o mundo todo”, observa.

A presidente do Conselho Municipal de Educação (CME), Michelene Rufino de Araújo, destaca como fundamental a normatização do órgão sobre a decisão de continuar trabalhando remotamente tendo como base a Lei 14.040 e uma instrução normativa que amparam a categoria profissional. “A tomada de decisão coletiva é muito importante e a Secretaria Municipal de Educação foi extremamente feliz ao realizar as pesquisas porque divide a responsabilidade da decisão do retorno com os pais. Acredito que podemos aguardar um pouco mais até porque nós não deixamos de trabalhar este ano, apenas criamos uma nova maneira de trabalhar. Esta situação inusitada e a necessidade fizeram com que nós profissionais da educação colocássemos em prática uma deliberação da Base Nacional Comum Curricular, que é fazer uso da tecnologia no dia a dia da aprendizagem do aluno”, avalia.

Para ela, a comissão tem feito um trabalho com bastante responsabilidade e com a prudência necessária diante de um cenário novo que exige muito cuidado com a saúde e respeito às orientações e à legislação vigente. “A comissão está sendo muito feliz nas suas tomadas de decisões. Creio que profissionalismo e prudência são as melhores palavras para definir o trabalho dessa comissão”, conclui.

Apesar da comissão reunir representantes de todas as redes de ensino de Lucas do Rio Verde, na reunião desta quarta-feira não foi registrada a presença de membros das escolas privadas, que, diferentemente das demais, tiveram o retorno às aulas presenciais autorizado por meio de decreto municipal, com critérios bem claros sobre sua aplicabilidade.

Durante o encontro, que durou cerca de duas horas, os presentes puderam acompanhar os resultados dos questionários dirigidos aos pais de alunos e aos professores e também um breve relato sobre a atual situação da saúde no município.

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