Segundo o jornal italiano Il Messaggero, autoridades
italianas reconstituíram o trajeto de fuga do terrorista italiano Cesare
Battisti de São Paulo até Santa Cruz de La Sierra - Bolívia, onde foi preso e
extraditado para a Itália.
Após rumores de que sua prisão seria decretada no Brasil
pelo Governo Federal, Cesare Battisti fugiu novamente, dessa vez para a
Bolívia. Em sua fuga teria feito contato com algumas pessoas usando a internet na região de Lucas do Rio
Verde, na rota entre o aeroporto João Figueiredo, de Sinop, e Cáceres, por onde
possivelmente entrou no país vizinho.
REDE SOB INVESTIGAÇÃO
- Graças ao rastreamento de dados suspeitos por telefone e por canais das redes
sociais, os serviços de inteligência conseguiram rastrear contatos de Battisti
com comparsas que o ajudaram na fuga em território brasileiro. O primeiro
contato acontece em São Paulo-SP, no dia 16 de novembro do ano passado, logo em
seguida há outro contato, já feito em Sinop, mais um em Lucas do Rio Verde e um
outro em Cáceres, próximo da fronteira com a Bolívia. Os contatos permanecem
em San Matías, do outro lado da fronteira.
A Polícia de Milão, que filtrou as conversas e separou os
dados, indica que a rede de contatos feita por ele o ligam ao ex-senador
Eduardo Suplicy (PT), a um sindicalista, um historiador e a uma socióloga. Segundo
o jornal italiano, os investigadores agora querem saber qual é o teor dessas
conversas e se alguma destas pessoas auxiliou Battisti na fuga.
Battisti foi encontrado escondido em um pequeno hotel de
Santa Cruz de La Sierra, onde ficou seus últimos dias. No sábado (12) as
autoridades bolivianas o mandaram de volta para a Itália.
ENTENDA O CASO
- Cesare Battisti é acusado, entre
outros crimes, de ter matado 4 pessoas enquanto agia como integrante dos PAC –
Proletários Armados pelo Comunismo, entre 1977 e 1979. Por estes crimes, foi
julgado à revelia e condenado à prisão perpétua, mas antes mesmo de iniciar a
pena, fugiu para o México, depois para a França, sendo encontrado no Brasil em
2007.
Após ficar sob custódia no presídio da Papuda, em Brasília,
o terrorista foi condenado à extradição por decisão do STF – Supremo Tribunal
Federal – mas o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o reconheceu
como refugiado político.
Em 2018, o Governo Federal, em transição de Michel Temer (MDB) para Jair Bolsonaro, (PSL), começou a rever seu posicionamento quanto ao caso e, temendo ser preso, Battisti tentou fugir, mas sem sucesso.
As informações são do jornal italiano Il Messagero