Os últimos dados publicados pelo Ministério da Educação (MEC), indicam que Lucas do Rio Verde é a melhor cidade de Mato Grosso em qualidade de ensino público municipal, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Os números do índice dão conta de que, nos últimos dez anos, a nota da rede municipal passou de 4,8 para 6,7, um crescimento da ordem de 39%, muito superior à variação nacional, que saiu de 3,7 para 4,9 para o Ensino Fundamental.
Em busca de um novo salto nos resultados do IDEB, a Secretaria Municipal de Educação afirma estar à procura de novas formas para reestruturar o sistema de ensino. A medida, explica a própria Secretaria, é necessária porque, em outros pontos como índice de evasão escolar e reprovação, a rede municipal de ensino já se aproxima das taxas de excelência preconizadas pelo MEC. Para isso, acreditam os técnicos do órgão, o investimento em tecnologia é fundamental.
Em busca de soluções para o desafio, a Secretaria encontrou na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) uma eventual parceria para oferece treinamento e capacitação a 500 professores e 20 monitores que atuam na educação fundamental. Para que a parceria seja viabilizada, no entanto, é necessário que sejam cumpridas três etapas: a primeira é a organização do programa e o estabelecimento de seu cronograma, previsto para durar um ano; a segunda diz respeito à criação de um Fundo Municipal de Ciência e Tecnologia e a instalação de um Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia que fará a gestão e fiscalização destes recursos, e; por fim, a terceira etapa é a assinatura do convênio.
O projeto original prevê que o sistema, além de contar com os equipamentos de informática instalados nas escolas, também ofereça aos alunos uma plataforma virtual que terá um portal interativo e um aplicativo onde ficarão armazenados todos os conteúdos repassados aos alunos ao longo de todo o ano letivo.
Segundo a secretaria de Educação, Cleusa de Marco, existe pressa para que a proposta seja aprovada pela Casa Legislativa municipal. Se isso ocorrer, argumenta ela, os profissionais da educação selecionados para receber o treinamento podem começar seu treinamento o quanto antes e, consequentemente, os resultados já poderão ser medidos no próximo IDEB.
No entanto, o relator do projeto na Câmara Wagner Godoy (SD), comentou na última sessão ordinária (segunda-feira, 09) que, devido as suspeitas que recaem sobre a Uniselva, se torna fundamental uma melhor análise da situação da instituição e se há lisura no processo de aquisição dos serviços e tecnologias oferecidos.
Ao comentar o posicionamento do vereador, a secretária afirma que o convênio será firmado com a UFMT e não com a Uniselva, que “será apenas a entidade que gerenciará os recursos referentes ao projeto”.
“Nós estamos firmando convenio é com a UFMT. Todas as ações da UFMT, no estado inteiro, têm o gerenciamento da UNISELVA. A UNISELVA presta os mesmos serviços para o IFMT. Nós estamos discutindo um convenio também com o IFMT para profissionalização das monitoras de creches e o convênio também será com a UNISELVA”, pondera.
No entanto, sobre o posicionamento do relator e da Câmara, a Professora concorda que “os vereadores estão cumprindo o seu papel que é de investigar. Denúncias no Ministério Público sempre aparecem. Na secretaria de educação mesmo tivemos pelo menos cinco denuncias só este ano e algumas vieram mesmo do legislativo, mas foram arquivadas por falta de provas. A gente tem que ver que denuncias são essas e se há realmente fundamento porque a UNISELVA tem autorização do MEC. Tem uma legislação que a autoriza e nós queremos que não haja nenhum problema, pois ele é fundamental para a qualidade de ensino das crianças de Lucas do Rio Verde”.