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ATRITO

Projeto da educação causa polêmica entre vereadores

Em noite de discussão apimentada, base do Executivo cobra celeridade de relator. Relatoria afirma ter dúvidas sobre probidade da empresa contratada.

Publicado em 09/10/2018 às 01:14
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Projeto permanece emissão de parecer do relator. Há dúvidas quanto a idoneidade da empresa contratada pelo Poder Executivo (Foto: Reprodução)

O assunto que mais gerou polêmica da noite desta segunda-feira (08) na Câmara de Vereadores foi um projeto enviado pelo Poder Executivo que trata da contratação da Fundação UNISELVA.

Segundo informações repassadas à nossa reportagem pelo vereador Airton Callai (PRB), pôde-se apurar que a empresa propõe oferecer a Lucas do Rio Verde um software e demais equipamentos necessários para implementar uma nova metodologia de ensino para a rede municipal de educação. Ainda segundo as informações de Callai, caso a Prefeitura compre o pacote com toda a metodologia, o serviço passará a ser propriedade do município.

A Prefeitura argumenta que há um certo grau de urgência na aquisição do material, uma vez que a ideia é para iniciar o ano que vem com essa nova tecnologia, porém, Callai entende que não necessita de pressa para a aquisição do sistema, embora não invalide os argumentos do Executivo sobre o assunto.

“É uma tecnologia que deve, sim, ser muito importante para o município, mas é um negócio a ser estudado. É bom, mas o que estamos tentando descobrir se é um negócio bom de fazer com essa empresa. Não e nada contra o projeto da educação. O projeto e fabuloso, é maravilhoso, só não sabemos se quem vai tocar o projeto é o melhor. Essa é a grande verdade”, comentou Callai.

O vereador Fernando Pael (DEM) pediu vistas ao Projeto para que seja melhor estudado e,  só depois que todos os levantamentos sobre a competência e idoneidade da empresa tenham sido realizados, a proposta divolte a ser discutida pelo Plenário da Casa.

Depois da sessão a vereadora Cristiani Dias (PT) conversou com a imprensa e se demonstrou bem insatisfeita pela demora das comissões na análise do projeto.

“Primeiro falar que o vereador (Wagner) ter dito que o projeto tem uma semana que está na Casa, isso é uma inverdade, ele foi protocolado desde o dia 19 do mês passado, já houve três reuniões a respeito desse projeto. Nessas reuniões ele esteve presente, sabe dos detalhes do projeto e sabe da necessidade do projeto. Na verdade foram três projetos pensados para melhorar o desempenho dos alunos em sala de aula.”, comentou.

Os três projetos aos quais a vereadora se refere foram os que a Secretaria Municipal de Educação vem desenvolvendo em Lucas do Rio Verde. O primeiro cria o Conselho de Tecnologia; o segundo cria o Fundo de Tecnologia, e; o terceiro trata de um convenio entre a prefeitura e a UFMT e tem como foco principal a capacitação de 500 professores na área de tecnologia e informática para que eles consigam trabalhar a temática na escola, melhorando o desempenho dos alunos. O município já adquiriu todo o material, kits de informática para as escolas.

“A demora para a aprovação dos projetos que vão oficializar o trabalho, que vão fazer com as crianças tenham acesso ao uso da tecnologia, atrasa um cronograma já feito pela Secretaria. As comissões já analisaram ao projeto. A Comissão de Legislação e Justiça já liberou o projeto, porém o relator, como vocês viram, não se demonstra a favor do projeto. Eu não sei qual é o motivo, de onde é que ele tirou tanta rivalidade, tudo bem é direito dele está ou não contra o desenvolvimento da educação no município”, destacou a vereadora Cristiani.

A vereadora disse ainda que no dia das reuniões das comissões que deve ser às 8h00 da manhã, os vereadores Wagner e Pael chegam às 10h00 da manhã. Ela disse que isso acontece, mas não é colocado ao conhecimento de todos.

O relator desse projeto é o vereador Wagner Godoy (SD) que repetiu em entrevista que o projeto está na Casa há uma semana e que ele tem 16 dias, segundo dispositivos regimentais, para entregar seu parecer. Wagner garantiu que está dentro do prazo de analise do projeto.

“Eles estão querendo empurrar o projeto goela abaixo, sem a gente analisar. Então o que é que eu fiz e porque que eu fui em tribuna comentar sobre tudo isso aí? Eles estão contratar a Uniselva e eu fui investigar sobre ela. Em uma rápida pesquisa no Google, você encontra muita coisa irregular relacionada a essa UNISELVA. Pra população entender um pouquinho melhor são R$ 480 mil para contratação desse serviço. Eu fiz um oficio e eles responderam rápido porque eles tem pressa né? Ora, são R$ 480 mil pra uma empresa que está sendo investigada por várias instancia dentro do ministério público e na justiça e porque não analisar isso melhor? Eu perguntei porque não analisar outras faculdades de outras regiões, porque não analisar a UFMT aqui, a gente tem a UFMT, mas eles tentaram dar argumentos, argumentos e mais argumentos. Estou pedindo para o jurídico da Casa analisar dentro desses relatórios do Ministério Público. É muito fácil vir aqui dizer que o Dr. Wagner tá atrapalhando [...] estou cumprindo meu papel de fiscal, não gosto das coisas serem colocadas goela a baixo. A população precisa ser respeitada”, disse Wagner Godoy.

O projeto continua sob a relatoria e somente voltará à pauta quando o parecer for encaminhado às Comissões competentes. Somente após o trâmite, o texto volta à pauta de discussão na Câmara. 

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