O assunto que mais gerou polêmica da noite desta segunda-feira (08) na Câmara de Vereadores foi um projeto enviado pelo Poder Executivo que trata da contratação da Fundação UNISELVA.
Segundo informações repassadas à nossa reportagem pelo vereador Airton Callai (PRB), pôde-se apurar que a empresa propõe oferecer a Lucas do Rio Verde um software e demais equipamentos necessários para implementar uma nova metodologia de ensino para a rede municipal de educação. Ainda segundo as informações de Callai, caso a Prefeitura compre o pacote com toda a metodologia, o serviço passará a ser propriedade do município.
A Prefeitura argumenta que há um certo grau de urgência na aquisição do material, uma vez que a ideia é para iniciar o ano que vem com essa nova tecnologia, porém, Callai entende que não necessita de pressa para a aquisição do sistema, embora não invalide os argumentos do Executivo sobre o assunto.
“É uma tecnologia que deve, sim, ser muito importante para o município, mas é um negócio a ser estudado. É bom, mas o que estamos tentando descobrir se é um negócio bom de fazer com essa empresa. Não e nada contra o projeto da educação. O projeto e fabuloso, é maravilhoso, só não sabemos se quem vai tocar o projeto é o melhor. Essa é a grande verdade”, comentou Callai.
O vereador Fernando Pael (DEM) pediu vistas ao Projeto para que seja melhor estudado e, só depois que todos os levantamentos sobre a competência e idoneidade da empresa tenham sido realizados, a proposta divolte a ser discutida pelo Plenário da Casa.
Depois da sessão a vereadora Cristiani Dias (PT) conversou com a imprensa e se demonstrou bem insatisfeita pela demora das comissões na análise do projeto.
“Primeiro falar que o vereador (Wagner) ter dito que o projeto tem uma semana que está na Casa, isso é uma inverdade, ele foi protocolado desde o dia 19 do mês passado, já houve três reuniões a respeito desse projeto. Nessas reuniões ele esteve presente, sabe dos detalhes do projeto e sabe da necessidade do projeto. Na verdade foram três projetos pensados para melhorar o desempenho dos alunos em sala de aula.”, comentou.
Os três projetos aos quais a vereadora se refere foram os que a Secretaria Municipal de Educação vem desenvolvendo em Lucas do Rio Verde. O primeiro cria o Conselho de Tecnologia; o segundo cria o Fundo de Tecnologia, e; o terceiro trata de um convenio entre a prefeitura e a UFMT e tem como foco principal a capacitação de 500 professores na área de tecnologia e informática para que eles consigam trabalhar a temática na escola, melhorando o desempenho dos alunos. O município já adquiriu todo o material, kits de informática para as escolas.
“A demora para a aprovação dos projetos que vão oficializar o trabalho, que vão fazer com as crianças tenham acesso ao uso da tecnologia, atrasa um cronograma já feito pela Secretaria. As comissões já analisaram ao projeto. A Comissão de Legislação e Justiça já liberou o projeto, porém o relator, como vocês viram, não se demonstra a favor do projeto. Eu não sei qual é o motivo, de onde é que ele tirou tanta rivalidade, tudo bem é direito dele está ou não contra o desenvolvimento da educação no município”, destacou a vereadora Cristiani.
A vereadora disse ainda que no dia das reuniões das comissões que deve ser às 8h00 da manhã, os vereadores Wagner e Pael chegam às 10h00 da manhã. Ela disse que isso acontece, mas não é colocado ao conhecimento de todos.
O relator desse projeto é o vereador Wagner Godoy (SD) que repetiu em entrevista que o projeto está na Casa há uma semana e que ele tem 16 dias, segundo dispositivos regimentais, para entregar seu parecer. Wagner garantiu que está dentro do prazo de analise do projeto.
“Eles estão querendo empurrar o projeto goela abaixo, sem a gente analisar. Então o que é que eu fiz e porque que eu fui em tribuna comentar sobre tudo isso aí? Eles estão contratar a Uniselva e eu fui investigar sobre ela. Em uma rápida pesquisa no Google, você encontra muita coisa irregular relacionada a essa UNISELVA. Pra população entender um pouquinho melhor são R$ 480 mil para contratação desse serviço. Eu fiz um oficio e eles responderam rápido porque eles tem pressa né? Ora, são R$ 480 mil pra uma empresa que está sendo investigada por várias instancia dentro do ministério público e na justiça e porque não analisar isso melhor? Eu perguntei porque não analisar outras faculdades de outras regiões, porque não analisar a UFMT aqui, a gente tem a UFMT, mas eles tentaram dar argumentos, argumentos e mais argumentos. Estou pedindo para o jurídico da Casa analisar dentro desses relatórios do Ministério Público. É muito fácil vir aqui dizer que o Dr. Wagner tá atrapalhando [...] estou cumprindo meu papel de fiscal, não gosto das coisas serem colocadas goela a baixo. A população precisa ser respeitada”, disse Wagner Godoy.
O projeto continua sob a relatoria e somente voltará à pauta quando o parecer for encaminhado às Comissões competentes. Somente após o trâmite, o texto volta à pauta de discussão na Câmara.