Ao contrário do que ambientalistas ao redor do mundo têm
afirmado há algum tempo sobre a alta taxa de mortandade de abelhas graças ao
uso de agrotóxicos nas lavouras brasileiras, o trabalhador rural Franco Bilibio
conta que o número de colmeias que administra desde que começou a trabalhar com
apicultura só aumenta.
“Eu comecei a trabalhar com a criação de abelhas por acaso e
por curiosidade. Com o tempo fui aprendendo técnicas de manejo e hoje
complemento a renda de casa com essa atividade. Embora alguns tipos de defensivos
sejam nocivos à apicultura, seu uso é bastante restrito em Mato Grosso e a
atividade agrícola não interfere na vida dos insetos, como dizem por aí. Há
alguns anos eu tinha duas caixas, hoje cuido de mais de 26 em três pontos
diferentes, de onde eu posso tirar até 520kg de mel por ano”, conta Bilibio.
Para ele, uma legislação mais eficiente sobre o uso de
determinados agentes químicos ajudaria na atividade que desenvolve, “mas
afirmar que os agrotóxicos, de uma maneira geral, são responsáveis pela morte
das abelhas é um exagero. O que falta, ao meu ver, é informação e qualificação,
dos dois lados, tanto os produtores rurais quanto dos apicultores. Então,
quando algum problema aparece, o preconceito cria uma guerra desnecessária e contraproducente
em que apenas pessoas mal intencionadas saem ganhando”.
A percepção do apicultor luverdense tem respaldo em escala mundial. Recentemente a China, maior produtora de mel do mundo, informou que sua produção bateu novo recorde a atingiu as 445 mil toneladas/ano; na União Europeia, segundo maior produtor e importador do mundo, 600 mil produtores administram aproximadamente 17 milhões de colmeias e extraem, anualmente, 250 mil toneladas de mel. O Brasil saltou, em cinco anos, da 11ª para a 8ª posição do ranking mundial de produção.