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Alta Floresta

Região- Excesso de chuvas trava passagem de carretas boiadeiras em Alta Floresta

Na última quarta-feira (17), o Inmet divulgou alerta de chuvas intensas de até 100mm na região. A previsão se confirmou e causou estragos

Publicado em 19/03/2021 às 23:56
Atualizado em

(Foto: Canal Rural e Giro do Boi)

Na última quarta-feira, dia 17, o Inmet, o Instituto Nacional de Meteorologia, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, emitiu um alerta de chuvas de até 100 mm, risco de cortes de energia elétrica e queda de galhos e árvores para locais do Centro-Oeste e Norte do Brasil.

Entre os locais que poderiam ser prejudicados estava Alta Floresta, município do norte de Mato Grosso, que tem enfrentado dificuldades com o excesso de chuvas para o transporte boiadeiro.

Nesta sexta, dia 19, no quadro Giro na Estrada, o supervisor de transporte boiadeiro da TRP para a unidade Friboi do município, Daniel Garcia Gomes, falou sobre o assunto.

“(O alerta do Inmet) Confirmou! Na região realmente está chovendo muito. A previsão daqui até o final do mês é de chuva todos os dias, o que de fato está acontecendo – está chovendo todos os dias e bastante. […] Já tem estradas alagadas, que não têm trafegabilidade e, realmente, em alguns lugares está complicado”, anunciou.

Relato

Gomes informou quais são os pontos críticos para a passagem das carretas boiadeiras na região. “Nós temos aqui a rodovia que liga até a de Apiacás, ela tem um comprimento de cerca de 80 km e realmente é uma estrada que está muito difícil de trafegar. E temos a rodovia estadual que passa inclusive em frente à transportadora aqui. Ela é conhecida como Pista do Cabeça, é uma rodovia estadual, mas não é pavimentada, e o trânsito é complicado. Tem que ter ajuda de trator, contar apoio dos fazendeiros para a gente poder conseguir trazer o gado até o frigorífico”, observou.

Daniel revelou que nesta quinta, dia 18, houve contratempo com carretas atolados que não puderam chegar à unidade. “Ontem nós tivemos três carretas (atoladas) lá na Balsa da Vaca Branca e elas não chegaram. Esses bois possivelmente vão voltar para a fazenda porque não vai dar para abater hoje mais. São três carretas atoladas desde ontem”, salientou. “Nós vamos ter que acomodar essa carga em outra escala porque por uma questão de bem-estar, o animal deve chegar sempre um dia antes à unidade para ser abatido no dia seguinte”, acrescentou.

Problemas no transporte

Gomes indicou como o pecuarista normalmente contribuir para minimizar os problemas de transporte nessa época do ano. “Quando o pessoal da originação, a equipe do Tatinha, vai comprar esse gado, eles já têm uma certa ideia de como estão a estradas. Normalmente o pecuarista nos avisa para não mandar uma carreta grande ou mandar um truck, mandar uma carreta pequena e eles nos acompanham. Às vezes eles têm trator e auxiliam a gente a chegar num ponto seguro, por exemplo. Então o apoio aqui das prefeituras e dos pecuaristas é muito grande nesse quesito”, observou.

Além disso, deixar o gado pronto para o embarque com antecedência é parte importante neste processo logístico. “Nós temos o compromisso de embarcar o gado a partir de 6h30, 7h, ou no máximo até as 8h para que a gente tenha o prazo de trazer o gado com segurança ao frigorífico”, frisou.

Experiência dos motoristas

Conforme valorizou o supervisor, os profissionais da boleia também são essenciais para diminuir os impactos dos atoleiros na cadeia produtiva. “Nós temos aqui um master drive (consultor especialista) que vem periodicamente na unidade dar treinamento para os motoristas, falar sobre segurança no transporte. E, na verdade, o motorista, com a experiência dele no local, consegue resolver os problemas. Nós temos realmente uma equipe muito boa de trabalho, são motoristas bem treinados e capacitados que conseguem resolver a maioria dos problemas”, reconheceu.

Gomes advertiu que mesmo que a estação das chuvas esteja mais próxima de seu fim, o problema deve persistir. “Quando a chuva está terminando é que aumentam os nossos problemas porque a terra fica muito encharcada, fica macia demais, tem queda de pontes, as balsas não funcionam, os rios ficam muito cheios. Então nessa época, no final da chuva, é quando aumenta mais o nosso problema”, projetou.


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