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ALERTA

Em 4 anos, casos de sífilis adquirida crescem 163% em Lucas do Rio Verde

Se não tratada, doença pode levar infectado à demência intelectual, cegueira e até mesmo à morte

Publicado em 27/10/2018 às 00:27
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Entre 201 e 2016, número de casos de sífilis adquirida no Brasil sofreu aumento de mais de 2.000% (Foto: Reprodução)

Uma das primeiras doenças sexualmente transmissíveis – DST – que a humanidade descobriu e também uma das primeiras a serem combatidas com a descoberta da penicilina, volta a crescer em todo o mundo: a sífilis. Ela é causada quando o corpo da pessoa é infectado pela bactéria Treponema pallidum e pode ser detectada pelo surgimento de feridas nas partes íntimas, palma das mãos e sola dos pés.

5,6 MILHÕES DE INFECTADOS - Segundo dados da Organização Mundial de Saúde – OMS – a sífilis atinge atualmente cerca de 5,6 milhões de pessoas no mundo todo e os números registrados em 2017 já são maiores do que os computados em 1949, quando o acesso aos tratamentos contra a doença ainda eram difíceis na maior parte do Planeta. Somente entre mulheres gestantes, há uma incidência de 1 milhão de novos casos todos os anos.

O maior problema da infecção, afirmam especialistas da OMS, é que, por se tratar de uma doença que demora a causar complicações no corpo doente, se propaga com maior facilidade e maior rapidez em comparação a outras DSTs como a Aids e  Donovanose, por exemplo.

2.000% EM 6 ANOS - No Brasil a sífilis tem chamado a atenção das autoridades em saúde pública há alguns anos. Dados do relatório estatístico anual do Ministério da Saúde informam que, em apenas 6 anos o número de infectados com a bactéria causadora da enfermidade cresceu mais de 2.000%, passando de 3.822 em 2010 para 87.593 em 2016. A maior causa deste surto, informa o boletim, é que, desde 2014, o Brasil tem encontrado dificuldade de adquirir alguns insumos necessários à fabricação da penicilina.

Por causa do aumento no número de casos e na crescente dificuldade encontrada para tratamento durante este período, somente em 2016, morreram 185 pessoas no Brasil em decorrência das complicações causadas pela sífilis.



EM LUCAS DO RIO VERDE - Recentemente, em Lucas do Rio Verde, a Coordenadoria de Vigilância em Saúde fez um levantamento que resultou em um estudo de quase 30 páginas, ao qual o Portal da Cidade teve acesso em primeira mão. Nele, fica evidenciado que o município também experimenta um aumento elevado no caso de sífilis adquirida.

Segundo as informações extraídas do Sistema de Informações de Agravos de Notificação – SISNAN – entre 2013 e 2017 o número de novos casos da doença saltou de 30 para 79 ao ano, o que corresponde a uma taxa de aumento da ordem de 163,3%.

A responsável pelo estudo, Keli Paludo, comenta que o aumento é preocupante e tem provocado diversas campanhas de prevenção, principalmente dentro dos Postos de Saúde da Família espalhados pelo município. Ela lembra, ainda, que os exames de rotina devem fazer parte do hábito de todos os membros da família.

“Todos os nossos PSFs estão prontos para fazer os testes rápidos para diversas doenças sexualmente transmissíveis. A sífilis é uma enfermidade que, mesmo tratável, demora a apresentar sintomas visíveis na pessoa infectada e isso pode fazer com que um indivíduo, dependendo de seus hábitos sexuais, sem saber que carrega a bactéria, passe a doença para outras pessoas de seu convívio, ajudando a disseminar o problema. Além disso, devemos lembrar sempre que, em estágios mais avançados, a sífilis pode levar a pessoa à perda de memória, à cegueira, à demência intelectual e até mesmo à morte”, enfatiza.

O estudo desenvolvido por Keli Paludo foi encaminhado ao Ministério da Saúde, em Brasília-DF, e comporá a base de dados da Pasta, servindo como fonte de informação para a composição do levantamento nacional sobre a recorrência de sífilis no Brasil.

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