Estudos realizados em diferentes países mostram que, em comparação com as outras estações do ano, durante o inverno, o número de Infartos cresce em média 30%, e os casos de AVC (Derrame) são de 20%. A estimativa é que a cada 10°C de queda na temperatura haja um aumento de 7% no índice de infartos, especialmente quando os termômetros atingem marcas inferiores a 14ºC.
"Isso acontece porque o organismo faz de tudo para manter o calor interno do corpo ao redor de 36,1ºC. Assim, quando as terminações nervosas da pele se ressentem com o frio, estimulam a produção de um tipo de catecolamina, substância que, entre outras funções, acelera o metabolismo para evitar a perda de calor, como forma de proteger o funcionamento de órgãos vitais internos. Esse mecanismo faz com que as paredes dos vasos sanguíneos que irrigam a pele se contraiam (prova disso é que mãos, pés, nariz e orelhas esfriam), e o coração precisa fazer mais força para bombear o sangue. Além disso, como sentem menos sede no frio, as pessoas acabam ingerindo menos líquido e desidratam. Sangue mais denso e viscoso coagula mais facilmente, o que colabora também para o aumento da pressão sanguínea", explica o médico cardiologista, Fabio Argenta.
Nas baixas temperaturas, o aumento da pressão sanguínea sobre a parede dos vasos que estão com o calibre reduzido, além de sobrecarregar o coração, facilita o desprendimento de placas de gordura localizadas no interior das artérias, que podem bloquear o fluxo do sangue para o coração e para o cérebro, resultando no infarto.
Dr. Fábio Argenta- CRM MT 4194, é Especialista em Cardiologia – RQE 2859, em Medicina Interna – RQE 1129, e Medicina de Urgência–RQE 31, sendo Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia-MT. O profissional, também será co-autor da Oitava Diretriz de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia.