Informações do Ministério da Saúde indicam que o câncer de
próstata é responsável por mais de 13 mil mortes todos os anos no Brasil. No
mesmo período, segundo o mesmo estudo, surgem mais de 68 mil novos casos, sendo
o segundo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele.
Do total de casos, 60% deles aparecem em homens com mais de 60 anos de idade,
sendo mais frequente e precoce em afrodescendentes.
Com o fim do mês alusivo ao combate e à prevenção do câncer
de próstata, o Portal da Cidade visitou o urologista José Gomes para saber
quais são os principais mitos e verdades sobre o controle e o combate à doença
que acomete um em cada 6 homens no Brasil, mas que, muitas vezes, só se faz
notar quando o problema já demanda medidas invasivas e complexas.
TEM PREVENÇÃO? –
O urologista é enfático em afirmar que o câncer de próstata não é uma doença
para a qual exista uma prevenção. Somente o diagnóstico precoce pode facilitar
o combate do portador.
“Por isso é tão importante procurar os serviços de saúde
oferecidos no município – sejam eles públicos ou particulares – pois o
diagnóstico precoce aumenta em quase 90% as chances de cura do paciente. O
número de casos anuais do Brasil, 68 mil, na minha avaliação são subestimados (...)
se houvesse uma preocupação maior dos homens em procurar atendimento, estes
números seriam maiores, mas as chances de combate também aumentariam
substancialmente”, explica o Dr. José.
EXAME AOS 40 OU 50
ANOS? – Embora reconheça que o exame de toque tenha sido eficiente na
descoberta de muitos casos de câncer de próstata no passado, o Dr. Gomes afirma
que sua prática está cada vez mais exaurida e fora de uso nos principais
centros de tratamento da doença, principalmente na América do Norte.
“Temos que levar em conta que o fator étnico é bastante
relevante para o tratamento do câncer de próstata. Homens afrodescendentes têm,
sob ponto de vista estatístico, maiores chances de desenvolver tumores mais
cedo e de forma mais grave em relação aos demais. Por isso, chega-se cada vez
mais ao consenso de que os exames para esta parcela da população deva começar a
partir dos 40 anos de idade. Para os brancos e asiáticos, a faixa etária
recomendada é de 45 anos (...) deixar para mais tarde pode ser bastante perigoso”.
TOQUE OU PSA? – O Dr. José Gomes afirma que o toque teve sua importância no início da história luta contra o câncer de próstata, mas sua relevância para os dias atuais têm sido cada vez mais questionada e abandonada, uma vez que ele somente diagnostica tumores avançados e de difícil combate e cura. Já o PSA – Antígeno Prostático Específico – auxilia muito mais e torna mais clara a descoberta de qualquer anomalia na próstata, pois como é um hormônio que só esta glândula produz, a variação dos índices de PSA pode indicar que algo está errado e um urologista precisa ser consultado imediatamente.
“Nem toda variação em PSA indica que há um tumor ou que algo está errado, mas o acompanhamento frequente de sua concentração no corpo do homem é um indicativo bastante consistente que alguma coisa está acontecendo de diferente. A quantidade de PSA no organismo varia de indivíduo para indivíduo e procurar um urologista para que seja feita uma análise exata sobre os motivos dessa variação podem salvar uma vida”.