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prática mortal

Narguilé: Moda entre jovens luverdenses causa dependência e pode matar

Diversos espaços da cidade atraem público jovem para o uso do hookah, mas prática aumenta riscos de câncer, doenças cardíacas e respiratórias severas.

Publicado em 24/09/2018 às 06:26
Atualizado em

Narguilé é extremamente prejudicial a saúde (Foto: Reprodução)

Durante os últimos meses o Ministério da Saúde e outros órgãos governamentais têm mantido o sinal de alerta ligado sobre uma moda que cresce entre os jovens brasileiros e, afirmam especialistas em doenças cardíacas e câncer, pode trazer problemas severos e até mesmo matar: o narguilé.

Nascido na Índia durante o século I, o narguilé logo chegou a outros países como a China, a Pérsia, a Turquia e o norte da África. Popularizou-se muito entre as culturas islâmicas, que começaram a chamar o hábito de shisha (fumo) e usar o dispositivo como elementos de socialização recreativa, acompanhado de café e bate-papo descontraído.

Dados preocupantes
Recente pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Nacional do Câncer indica que atualmente, no Brasil, existem entre 212 mil a 300 mil usuários de narguilé, sendo que 63% das pessoas que admitem fumar através do dispositivo faz parte da faixa etária entre os 18 e 29 anos; outros 36% têm entre 30 e 39 anos. Mais uma informação relevante diz respeito às regiões onde o narguilé é mais usado: Sul (46%), Sudeste (31%) e Centro-Oeste (20%).

Além disso, indica a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) Mato Grosso do Sul concentra 10% dos usuários de todo o País, seguido por Paraná (6%) e Santa Catarina (5%). No entanto, assinalam os estudiosos em saúde pública responsáveis pelo levantamento e análise dos dados coletados, o maior problema é que, em cinco anos, o número de usuários mais que dobrou em toda a Nação.

Narguilé pode matar (Foto: Reprodução/GovernoFederal)

Charme e socialização
Segundo o sociólogo Sonir Boaskevicz, “a crescente penetração do narguilé entre o público mais jovem está ligado a três fatores fundamentais: o primeiro é clássico e diz respeito à necessidade do jovem em se afirmar como adulto e buscar mostrar constantemente ser capaz de tomar suas próprias decisões e arcar com as consequências; em segundo lugar, ao contrário da maconha e outras drogas compartilhadas, o narguilé não sofre sanções morais e legais tão severas, e; em terceiro lugar, é que ele traz consigo um apelo à socialização real, coisa cada vez mais rara em um mundo paulatinamente mais digitalizado e superficial [...] o mesmo modelo de marketing usado até os anos 80 para o cigarro é hoje explorado para se vender o narguilé: fumar é charmoso”.

Malefícios
Charmoso ou não, estudos feitos no Brasil e no exterior têm demonstrado que, ao contrário do que crê o senso comum, o dispositivo faz com que seu usuário inale para dentro de seu corpo centenas de substâncias que causam dependência química, doenças cardíacas, problemas no sistema respiratório e até algumas das mais letais formas de câncer conhecidas.

O site oficial do Instituo Nacional do Câncer (INCA) lista algumas das complicações que podem surgir com o uso frequente do narguilé: desenvolvimento de câncer no pulmão, boca e bexiga; aterosclerose; doenças coronarianas; herpes; hepatite C; tuberculose; impotência sexual; má formação do feto em mulheres grávidas e aumento da incidência de crianças nascidas abaixo do peso, e; envenenamento por metais pesados como, por exemplo, arsênico, chumbo, cobalto e cromo.

Fumar narguilé é como fumar cem cigarros (Foto: Reprodução)

Após desenvolver estudos voltados aos males do tabagismo, a Organização Mundial de Saúde constatou que isso acontece porque uma sessão de narguilé, que dura entre 60 e 80 minutos, corresponde à inalação da fumaça de 100 cigarros industrializados.

Combate
Em busca de frear o aumento do número de usuários, União, estados e alguns municípios têm adotado medidas em diversas frentes, desde a intensificação de palestras sobre os males causados pelo fumo até a proibição do uso do narguilé em espaços públicos ou com circulação de pessoas.

Em julho passado a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, em Brasília, aprovou proposta que proíbe a comercialização de cachimbos, narguilés, piteiras, papéis para enrolar cigarros e outros produtos fumígenos a menores de 18 anos em todo o Território Nacional. Caso seja aprovado pelo Plenário da Casa, o projeto seguirá para votação no Senado Federal.

Outra medida aconteceu em Sorriso (60 km de Lucas do Rio Verde), onde, por iniciativa colegiada dos vereadores da cidade, foi aprovada proposta que restringe o uso do narguilé a ambientes privados, vedando seu uso em locais públicos ou com grande circulação de pessoas. A mesma atitude já havia sido adotada pelo município de Chapada dos Guimarães em abril deste ano.

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