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AVENTURA

Pilotos de Lucas do Rio Verde cortam América do Sul de moto (parte 2)

Paisagens de tirar o fôlego, apertos, sustos e muitas histórias para contar pelo resto da vida

Publicado em 21/10/2018 às 07:32
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"A gente planeja só o primeiro trecho... o resto da viagem é para onde o mapa apontar" (Miguel Wilkoski) (Foto: Rogério Morandini (arquivo pesoal))

Na segunda parte desta matéria especial, o Portal da Cidade vai contar um pouco das experiências vividas por quatro amigos que, saindo de Lucas do Rio Verde, já percorreram dezenas de milhares de quilômetros das estradas da América do Sul em suas motos. Conheceram novas culturas, passaram por apertos e sustos, viram paisagens de tirar o fôlego e, acima de tudo, colecionam histórias sobre estas aventuras.

Eles são Rogério Morandini, 58 anos; Miguel Wilkoski, 50 anos; Everton Pregol, 41 anos, e; Mário Furtado, 36 anos, que, por brincadeira, resolveram imaginar viagens para lugares distantes. Um dia, Mário e Morandini botaram em prática todas os planos e saíram mundo a fora.


"E o pneu furou no meio do nada..." (Rogério Morandini)

PLANEJANDO A VIAGEM – Miguel conta que os planejamentos servem apenas para o primeiro trecho da viagem e, depois disso, como ele mesmo diz “vai pelo que o mapa aponta. Nem mesmo o destino é certo. Sabemos que queremos ir e voltar (...) para onde e por onde, aí a gente resolve durante a viagem. Isso escapa um pouco do convencional das viagens em longas distâncias, onde cada trecho é planejado e calculado (...) mas acho que um pouco da graça da viagem está em ir para onde a estrada aponta”.

Sobre os imprevistos vividos, Mário lembra que já aconteceu de tudo com a turma: “já viajamos 140 quilômetros por conta de um pneu furado no meio do deserto, ficamos sem almoço, viajamos 80 quilômetros debaixo de chuva forte em uma estrada de chão, o Morandini se perdeu de nós em uma encruzilhada, passamos frio, comemos frango com banana por diversas vezes, outras vezes era uma sopa rala que se contavam os pedaços de batata no prato, pilotamos com vento contra que nos obrigava a deitarmos as motos para não cairmos (...) coisas da estrada”, conta, rindo.


" linha do Equador. Morandini no Norte e no Sul" (Mário Furtado)

PAISAGENS DE TIRAR O FÔLEGO  - Everton relata que as melhores lembranças são de algumas paisagens vistas pelo caminho. “Eu nunca vou me esquecer de ter passado por Machu Pichu – Peru, de ter pilotado sob neve no topo da cordilheira dos Andes (a 4,7 mil metros de altitude) e , acho que a melhor de todas, de ter visto o oceano Pacífico pela primeira vez. O bacana de viajar assim é que essas coisas nos surpreendem e fazem tudo valer a pena, até mesmo os maiores apertos. Acho que o que despertou para querer participar de uma aventura como essas foram as primeiras fotos que o Miguel e o Morandini nos mandavam dos lugares por onde eles estavam passando”.


"E daí nós notamos que chegamos ao topo das Américas, a mais de 4,7 mil metros"  (Everton Pregol)

REFUGIADOS VENEZUELANOS – Mário e Morandini ainda contam que, na volta da viagem a Cartagena – Colômbia, o grupo encontrou diversos refugiados venezuelanos. Eles contam que os planos do grupo eram regressar atravessando a Venezuela, para fugir das difíceis estradas peruanas que cortavam a cordilheira andina, mas foram completamente desmotivados pelas famílias que encontravam pelo caminho.

“Pessoas simples, pacíficas, carregando sacos com algumas mudas de roupa, algumas garrafas de água para dar o que beber para suas crianças, buscando uma vida melhor no Peru, Equador ou Chile. A gente perguntava como era para passar pela Venezuela e eles diziam para trocar de caminho (...) todos diziam isso. Avisavam que, caso entrássemos em território venezuelano a própria polícia nos roubaria todo nosso dinheiro e até nossas motos (...) alguns chegavam a dizer que não sairíamos vivos de lá”, afirmam.

Na terceira parte da reportagem vamos contar sobre os aprendizados de cada um,  experiências que repetiriam e sua paixão pelas motocicletas.

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