As expectativas para a safra 2020 na região de Lucas do Rio Verde são melhores do que as dois últimos anos. Esta percepção tem sido repetida por especialistas de diversas áreas e se baseiam em vários fatores para se justificarem, entre eles o câmbio, a provável aprovação da MP do Agro, o aumento da demanda pelos principais produtos exportados pelo Brasil e a provável super-safra, com produção de quase 244 milhões de toneladas.
De acordo com Sandro Pinheiro, diretor financeiro do Grupo Guimarães, “a soma destes fatores têm feito com que os agricultores acreditem em um período melhor do que os experimentados nos anos anteriores. O câmbio alto não assusta, dada a experiência que o setor tem em lidar com estas variações e porque existe a percepção de que há uma supervalorização do dólar frente ao Real por diversos motivos e que este valor não irá variar tanto nos próximos meses. Por outro lado, como eu já disse, há uma chance muito alta do aumento do número de agentes financeiros estrangeiros interessados em financiar a produção, com juros mais baixos e já transacionando os contratos em euro e dólar, o que facilita muito as coisas”.
A percepção de Pinheiro encontra eco em declarações recentes de instituições como a ABIOVE – Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais – e a CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Para as duas entidades, o Brasil tem apresentado indícios de se tornar o maior produtor e exportador de soja do mundo já a partir deste ano e, além disso, com os surtos virais que atacam os rebanhos de suínos e aves no oriente, também o principal fornecedor de proteína para o mundo.
A OMS – Organização Mundial da Saúde – divulgou, recentemente, o boletim sobre os novos focos de peste suína africana no mundo. De acordo com os médicos que sustentam o estudo, entre 31 de janeiro e 13 de fevereiro, 411 novos focos da doença foram detectados, tento a Europa como principal centro de infestação durante o período.