O avanço da colheita da soja e o aumento da demanda por caminhões para escoar a safra, impulsionaram o valor do frete. Em um mês, o preço para transportar os grãos em alguns trajetos saindo de Mato Grosso, saltou mais de 70%. Além desta maior procura, também contribuíram para esta a expressiva, fatores como o aumento das despesas dos transportadores e a falta de infraestrutura logística em algumas rodovias, principalmente aquelas que ainda não foram asfaltadas.
De acordo com o Imea, o preço atual para levar uma tonelada de soja de Sorriso (no médio-norte do estado) para o porto de Miritituba, no Pará, gira em torno de R$ 223. O valor supera em 30% o que era praticado nesta mesma época do ano passado (R$ 171/ton) e 71,5% maior que o registrado no fim de janeiro deste ano.
Acompanhamento histórico da evolução dos preços do frete em Mato Grosso (Fonte: IMEA)
Situação parecida ocorre em outros dois trechos que são referências para o comportamento do frete no estado. O escoamento de Rondonópolis para o porto de Santos-SP, custa hoje R$ 240/ton. Alta de 5,7% em comparação com fevereiro do ano passado e de 37% na comparação mensal. Já o transporte de Sorriso para Rondonópolis, sai atualmente por R$ 163/ton. São 64% a mais que o contabilizado em fevereiro de 2020 e nada menos que 111% acima do praticado há um mês.
Como a colheita ainda está longe do fim em Mato Grosso (chegou a 34,5% da área total na última sexta-feira), a tendência é de que os preços se mantenham elevados. “Essa demanda por caminhões deve continuar aquecida, principalmente nos próximos meses. Tanto pelo lado da colheita , para retirar os grãos da lavoura e levá-los aos armazéns, quanto para escoar ‘daqui para frente’. A gente escoou muito pouca soja aqui no estado de Mato Grosso e agora tende-se a intensificar cada vez mais. Então, a demanda de caminhões tende a se manter muito aquecida nos próximos meses e isso deve dar uma sustentação nas cotações dos fretes”, analisa Cleiton Gauer, gerente de inteligência de mercado do Imea.
