Segundo dados divulgados pela FAESC – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina – o Brasil deve reduzir o volume de milho produzido em 2020. Caso esta tendência se confirme, a entidade alerta que o mercado poderá acusar o impacto no preço do cereal, tanto para a produção interna quanto externa para os próximos meses.
Os desdobramentos desta redução dependem, no entanto, de fatores externos que não podem ser mensurados com exatidão. Entre eles, especialistas apontam para o volume da safra norte-americana, os fatores climáticos para o milho safrinha no Centro-Oeste e a queda de braço entre Estados Unidos e Irã, o segundo maior produtor do mundo e um dos maiores importadores, respectivamente.
O CASO DE LUCAS DO RIO VERDE
No entanto, apesar de todos os indicativos negativos previstos pelos especialistas para o mercado externo, 2020 começa estável em Lucas do Rio Verde e toda a região do meio-norte mato-grossense.
“Isso acontece porque temos uma demanda regional bastante consolidada em duas vertentes: em primeiro lugar as usinas de etanol de milho que foram aberta e que já estão em atividade e, em seguida, a produção de ração para alimentarmos nosso plantel de suínos e aves. Estes dois ramos atendem demandas internas e externas, remunerando toda a cadeia produtiva e incentivando o agricultor a continuar plantando”, explica Carlos Simon, ex-presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Lucas do Rio Verde.
Ainda segundo Simon, “outro fator que poderá pesar favoravelmente para os agricultores de Mato Grosso é a redução na produção de milho na região sul do Brasil por conta de fatores climáticos. O excedente, que eventualmente não for absorvido pela agroindústria do estado, pode ser vendido para atender outras praças, como Paraná e Santa Catarina, historicamente atendidos pelos produtores gaúchos”.