Em uma disputa onde os antagonismos e as diferenças entre as propostas se apresentaram antagonistas desde o começo do período eleitoral, Bolsonaro acaba de ser declarado matematicamente eleito o novo presidente da República. O boletim do Tribunal Superior Eleitoral foi divulgado às 18h (horário de Cuiabá), com 88% das urnas apuradas.
Jair Messias Bolsonaro é paulista de Glicério, nascido em 21 de março de 1955. Em 1977 formou-se na Academia das Agulhas Negras, Escola Superior de Oficiais do Exército Brasileiro e integrou os grupamentos de artilharia de campanha e paraquedismo, entrando para a reserva em 1988.
Foi eleito Deputado Federal pela primeira vez em 1991 e exerce seu sétimo mandato até o final deste ano. Anunciou que pretendia concorrer à Presidência da República em 2016, quando era filiado ao Partido Social Cristão – PSC – mas migrou para o Partido Social Liberal – PSL – no início de 2018. Escolheu como seu candidato à vice-presidência o General da reserva Hamilton Mourão e pautou toda sua campanha sob um tom conservador e voltado a denunciar os posicionamentos de seus opositores. Sob o lema “Brasil acima de tudo; Deus acima de todos”, recebeu apoio de setores mais conservadores da sociedade, de empresários e pessoas ligadas ao agronegócio.
No primeiro turno, Jair Bolsonaro recebeu 60% dos votos válidos em Mato Grosso. Em Lucas do Rio Verde a adesão do eleitorado às suas propostas foi ainda mais expressiva e sua chapa recebeu 70% dos votos.
UMA ELEIÇÃO, VÁRIOS SIGNIFICADOS - Avaliando a eleição de Jair Bolsonaro, o empresário e aviador Antônio Carlos Martelli comenta que existem diversas facetas que precisam ser destacadas nesta vitória: “como pai, digo que a vitória da chapa de Jair Bolsonaro representa a certeza de um futuro melhor para nossas crianças; como cidadão, entendo que essa eleição representa dias de ordem e paz social, com combate ao crime organizado e tudo que nos assusta no campo; como empresário e acredito que haverá tempos onde seremos valorizados por aquilo que produziremos e cresceremos por nossos méritos, e; como cristão, acredito que teremos menos ataques à nossa fé e nosso modelo de sociedade, que é, enfim, a base da cultura de 90% da população brasileira”.
DESAFIOS – Segundo analistas, o novo presidente encontra um cenário bastante nebuloso à sua frente. O Brasil tem um dos piores desempenhos do mundo na área da educação; segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE - os índices de desenvolvimento humano e econômico ainda são muito baixos; há discrepâncias econômicas e de infraestrutura entre as regiões; o número de mortes violentas vem crescendo ano após ano, principalmente entre a população mais pobre e mais jovens.
Para resolver alguns destes problemas, Bolsonaro defende maios descentralização dos poderes institucionais, com uma repactuação federativa e aumento da autonomia dos municípios; aumento da participação da iniciativa privada no financiamento de obras de infraestrutura nacionalmente estratégicas, e; redução da burocracia e da máquina estatal..