Elas fazem bonecas, laços, caixas
decoradas, porta-joias, tapetes, roupas, toalhas, calçados (...) e usam o lucro
como complemento de renda. Muitas começaram a trabalhar com o artesanato após a
aposentadoria, mas algumas delas mantém uma tradição familiar.
DÍVIDAS E DIFICULDADES - No entanto, conforme nos relata a
presidente da Associação Luverdense de Artesanato – ALA – Carol Meirelles, da terceira geração de artesãs em sua família, “infelizmente
ainda vivemos em uma cultura que não entende o artesanato como um ofício,
muitos nos encaram como pessoas sem um trabalho fixo ou até sem uma profissão.
Além disso, sofremos a concorrência dos produtos industrializados e das fortes
campanhas de marketing das grandes indústrias. Na verdade, os artesãos são
grandes impulsionadores da economia local, e isso pode ser notado principalmente
em cidades com tradição turística”.
Ela ainda conta que, devido a
custos com os quais os artesãos luverdenses não conseguem arcar, a ALA hoje
trabalha com uma dívida próxima aos R$ 6 mil. Segundo ela, “não conseguimos
pagar um escritório de contabilidade. Além disso, nos é exigido um CNPJ
individual e temos outros encargos tributários, precisamos de consultoria (...)
enfim, são dificuldades que, para serem enfrentadas, precisamos de ajuda, pois
não somos especialistas em nada disso”.
PRAZER NO BELO – Artesã há mais de 6 anos em Lucas do Rio Verde, Maria
Edinéia Colla, conhecida como Néia das Bonecas, conta que sua história começou
quando ela fez sua primeira boneca e uma outra senhora viu seu trabalho: “ela disse que eu tinha um dom e que deveria
investir nisso. Daí comecei a fazer outras bonecas. Hoje, graças às encomendas
que eu recebo, tenho um complemento de renda que ajuda bastante em determinados
períodos do ano (...) como na época do Natal, por exemplo”.
Mesmo sem rendimento suficiente
para viver do artesanato, Néia comenta que o prazer pelo belo e a alegria de
quem recebe uma de suas bonecas como presente fazem com que ela ame ainda mais
sua profissão.
“Não tem preço ver a alegria das
pessoas quando elas recebem de presente algo que foi feito por nossas mãos; algo
que tem um pedaço da nossa própria história (...) não deixaria o artesanato por
nada nesse mundo. Aprendemos a amar o belo e a arte através das coisas que
fazemos, e isso é insubstituível”, conclui.
COMO AJUDAR? – Para quem desejar ajudar a Associação Luvedense de Artesanato pode entrar em contato pelo telefone (65) 9 9677-3320.
As artesãs de Lucas do Rio Verde têm uma barraca na Feira do Produtor, próxima ao Cemitério Público Jardim da Paz, na Praça da Liberdade e expõem seus produtos às quintas, sextas e sábados.