Não bastasse ser rebaixado no
campeonato Mato-grossense Eletromóveis Martinello 2019 com duas rodadas antes
do final da competição, o Operário Ltda. agora, poderá ter que se explicar à
Justiça por conta das denúncias feitas de que jogadores da equipe estariam
envolvidos em um suposto esquema de venda de resultados para outros times.
Segundo fontes ligadas à FMF –
Federação Mato-grossense de Futebol, a denúncia foi feita à Polícia de Várzea
Grande pelo técnico da equipe, Parma de Oliveira, e pelo atacante Renan
Romário. Eles foram ao 1º Distrito da cidade e afirmaram que o atleta Diego
Queiroz liderava um grupo formado por outros oito jogadores que combinavam os
resultados para que um cambista do Ceará, associado a uma banca de apostas
chinesa, lucrasse com os placares. Caso o resultado se confirmasse após a partida,
cada um dos envolvidos no esquema embolsaria aproximadamente R$ 4 mil por jogo.
Em seu depoimento, Renan contou
que foi convidado por Queiroz para ingressar no mecanismo de fraudes já na
segunda rodada do campeonato, quando o Operário Ltda. enfrentou o Operário de
Várzea Grande e perdeu pelo placar de 2 X 1. Gravações das conversar
telefônicas feitas e entregues à perícia comprovam a versão do atleta de que os
resultados eram acertados previamente.
Os resultados do Operário Ltda. no
atual campeonato Mato-grossense Eletromóveis Martinello, até o momento, são 7
derrotas em 7 jogos disputados, 5 gols marcados e 21 sofridos. Veja os
placares:
1ª. Rodada: Operário 1 X 2 Dom
Bosco
2ª. Rodada: Operário 1 X 2
Operário de Várzea Grande
3ª Rodada: Operário 2 X 3 Araguaia
4ª Rodada: Operário 1 X 2 Sinop
5ª Rodada: Operário 0 X 4 União
6ª Rodada: Operário 0 X 3 Mixto
7ª Rodada: Operário 0 X 5 Cuiabá
O Operário Ltda. ainda tem jogos
contra o Juara, que luta contra o rebaixamento, e contra o Luverdense, que
briga pelas primeiras posições na ponta da tabela. As partidas estão marcadas
para os dias 15 (sexta-feira), na Arena Pantanal e 20 (quarta-feira), no Passo
das Emas, em Lucas do Rio Verde.
OUTROS CASOS – em 2005 estourou o caso que ficou conhecido como “Máfia
do Apito”, onde árbitros e times brasileiros ligados a bancas de apostas da
Europa e da Ásia, combinavam resultados e ganhavam propinas dos apostadores que
lucravam com os placares. A denúncia, na época, envolvia até mesmo equipes da
Série A do Brasileirão e fez com que 11 partidas tivessem seus resultados
anulados e fossem remarcadas.
Outro caso que veio a público aconteceu
em 2017, quando o então dirigente Lincoln Aguiar, do Barra Mansa, equipe da 3ª divisão
do Carioca, informou em uma reunião fechada com oito jogadores da equipe que o
resultado do jogo contra o Audax havia sido vendido e que a partida deveria
terminar em 4 X 0 para os adversários. Revoltados com a proposta, os jogadores
entraram em campo e empataram a partida em 1 X 1.
Atualmente, equipes que disputaram
a última Copa São Paulo de Futebol Júnior estão sendo investigadas, acusadas de
fraudarem os resultados de seus jogos.
NO EXTERIOR – Em 2015, a Polícia da Itália prendeu 50 pessoas,
incluindo técnicos de equipes, jogadores e dirigentes, envolvidos em um esquema
de manipulação de resultados envolvendo cassinos e bancas de apostas europeias
e asiáticas.
Em um dos jogos das eliminatórias para a Copa do
Mundo, a FIFA – Federação Internacional de Futebol, chegou a anular um partida
entre África do Sul e Senegal, após indícios de fraude no resultado envolverem
o árbitro da partida, que foi banido dos quadros da entidade.